Abstract

O papel do amor na dinâmica da intimidade é inegável nas sociedades ocidentais, sendo inclusivamente um dos elementos centrais da vida social. O argumento de que o amor constitui o motor do desenvolvimento das relações interpessoais, sobretudo para as mulheres, representa uma peça fundamental na construção dos discursos sociais sobre a felicidade humana e os factores que a configuram. Tradicionalmente perspectivado como feminino, o amor tem sido apontado às mulheres como a sua suprema vocação,1 enredando-as, não raras vezes, num ideal de intimidade potencialmente castrador da sua autonomia e liberdade pessoal. Este artigo pretende reflectir criticamente a respeito das implicações da construção social dos discursos sociais sobre o amor na vivência da intimidade adulta feminina heterossexual, a partir de uma leitura feminista crítica. Discute-se neste documento a importância de assumir o discurso amoroso como um discurso paritário e democrático.

Highlights

  • As concepções sobre o amor são de extrema importância para a organização das várias culturas e sociedades porque implicitamente definem o que é apropriado e desejável nas relações entre os indivíduos.[2]

  • O argumento de que o amor constitui o motor do desenvolvimento das relações interpessoais, sobretudo para as mulheres, representa uma peça fundamental na construção dos discursos sociais sobre a felicidade humana e os factores que a configuram

  • Segundo Nilufer Medora, Jeffry Larson, Nuran Hortacsu e Parul Dave,[7] o estudo sistemático do amor foi iniciado em 1944, quando Llewellyn Gross publicou uma das primeiras escalas de avaliação do romantismo, começando, a partir dessa altura, a proliferação de uma série de questionários de avaliação do amor

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Summary

Ana Sofia Antunes das Neves

As mulheres e os discursos genderizados sobre o amor: a caminho do “amor confluente” ou o retorno ao mito do “amor romântico”?. Resumo: O papel do amor na dinâmica da intimidade é inegável nas sociedades ocidentais, sendo inclusivamente um dos elementos centrais da vida social. O argumento de que o amor constitui o motor do desenvolvimento das relações interpessoais, sobretudo para as mulheres, representa uma peça fundamental na construção dos discursos sociais sobre a felicidade humana e os factores que a configuram. Este artigo pretende reflectir criticamente a respeito das implicações da construção social dos discursos sociais sobre o amor na vivência da intimidade adulta feminina heterossexual, a partir de uma leitura feminista crítica. Especialmente nas sociedades ocidentais o amor tem sido entendido como basilar na interacção social,[3] sendo para alguns/as autores/as a chave de todas as escolhas humanas.[4]

ANA SOFIA ANTUNES DAS NEVES
AS MULHERES E OS DISCURSOS GENDERIZADOS SOBRE O AMOR
Considerações finais
Referências bibliográficas
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