Abstract

<p>Este estudo objetiva examinar as interpretações e as construções retóricas desenvolvidas pelo jesuíta José de Anchieta em suas descrições a respeito de casos de doenças que acometeram os Tupinambá da costa atlântica. Para isto, utiliza trechos de correspondências escritas pelo missionário entre os anos de 1556 e 1563. A partir de uma análise discursiva, constata-se que esses relatos, apesar de unânimes em destacar esses fenômenos como manifestações da Providência Divina, diferenciavam-se de acordo com as inclinações que os enfermos apresentavam em receber e praticar os ensinamentos cristãos. Foi possível ainda apontar que a tópica das doenças desenvolvia funções de <em>exemplum </em>nas cartas do missionário, o que lhe permitia exaltar a atuação dos inacianos e, por consequência, realizar a propaganda da missão jesuítica. O estudo permite compreender como, mesmo tratando de temas funestos, Anchieta logrou construir relatos capazes de gerar experiências devocionais em seus leitores.</p>

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