Abstract

A correferência é uma dependência sintática em que pronomes são ligados a referentes mencionados previamente. O objetivo deste trabalho é fornecer mais informações sobre como os antecedentes pronominais são recuperados na memória, e, mais precisamente, esclarecer o papel das pistas de gênero na recuperação de antecedentes pronominais em português brasileiro, dado que seus falantes estão costumados a depender das pistas de concordância para processar a língua, uma vez que esta possui morfologia visível. Os resultados de dois experimentos de rastreamento ocular realizados com falantes nativos de português brasileiro demonstraram que tanto as restrições estruturais quanto as pistas morfológicas de gênero são igualmente importantes na recuperação dos antecedentes na memória nos estágios iniciais do processamento da correferência. Isto é evidência a favor de que as restrições estruturais não funcionam como um filtro inicial, bloqueando as influências de candidatos a antecedentes estruturalmente inaceitáveis. Além disso, os resultados indicaram que o gênero semântico e o gênero masculino parecem ter um peso maior na memória do que o gênero gramatical e o gênero feminino, já que os candidatos a antecedentes inaceitáveis estruturalmente que carregavam os primeiros tipos de gênero causaram mais efeitos de interferência.

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