Abstract

Este artigo analisa a emergência de categorias específicas no feminismo - colonialismo, racismo e política heterossexual -, focando em aspectos que interpelaram e seguem interpelando o conceito de gênero. Interessa aqui identificar quais contribuições essas categorias apresentam para se pensarem os sujeitos dos feminismos e a ação política feminista. Para tanto, propõe uma breve retomada histórica da noção de gênero no feminismo e analisa o pensamento de três autoras - Gloria Anzaldúa, Monique Wittig e Ochy Curiel - que, ao incluírem em suas análises sobre as mulheres e a sociedade a perspectiva do colonialismo, do racismo e da política heterossexual, buscaram explicitar os limites do gênero, entre eles, seus efeitos normativos, apontando para a necessidade de politização do próprio feminismo.

Highlights

  • Vivane Martins CunhaAs críticas ao gênero e a pluralização do feminismo: colonialismo, racismo e política heterossexual

  • Resumo: Este artigo analisa a emergência de categorias específicas no feminismo – colonialismo, racismo e política heterossexual, focando em aspectos que interpelaram e seguem interpelando o conceito de gênero

  • Por um lado, vivemos uma época em que a opressão das mulheres é um aspecto relativamente reconhecido nas sociedades ocidentais e há tentativas de construção de políticas de enfrentamento a essas desigualdades, o que faz com que algumas autoras identifiquem esse momento como a quarta onda do feminismo,[1] críticas aos limites da noção de gênero e deslocamentos que vêm se produzindo com a entrada de diferentes leituras da opressão, dos novos conceitos, das rupturas epistemológicas e da emergência de vozes que tencionam as teorias e as ações feministas centradas na noção de gênero têm, há alguns anos, colocado questões sobre a possibilidade de uma unidade na ação política feminista, sobre o sujeito do feminismo e, consequentemente, sobre qual projeto de sociedade deve orientar essa ação

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Summary

Vivane Martins Cunha

As críticas ao gênero e a pluralização do feminismo: colonialismo, racismo e política heterossexual. Por um lado, vivemos uma época em que a opressão das mulheres é um aspecto relativamente reconhecido nas sociedades ocidentais e há tentativas de construção de políticas de enfrentamento a essas desigualdades, o que faz com que algumas autoras identifiquem esse momento como a quarta onda do feminismo,[1] críticas aos limites da noção de gênero e deslocamentos que vêm se produzindo com a entrada de diferentes leituras da opressão, dos novos conceitos, das rupturas epistemológicas e da emergência de vozes que tencionam as teorias e as ações feministas centradas na noção de gênero têm, há alguns anos, colocado questões sobre a possibilidade de uma unidade na ação política feminista, sobre o sujeito do feminismo e, consequentemente, sobre qual projeto de sociedade deve orientar essa ação. Recentemente, em 2010, foi realizado o Seminário Internacional Direitos Sexuais, Feminismos e Lesbianidades: 464 Estudos Feministas, Florianópolis, 21(2): 463-484, maio-agosto/2013

AS CRÍTICAS AO GÊNERO E A PLURALIZAÇÃO DO FEMINISMO
Gênero e sua relação com o político
Feminismo no plural
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