Abstract

Resumo: Em 1715, um viajante francês comentou que Salvador parecia uma "nova Guiné", devido à diversidade de origem dos escravos. Malgrado essa diversidade, Salvador guardava uma alta concentração de africanos escravizados que compartilhavam origens similares. Estes escravos vinham principalmente do golfo do Benim, a segunda maior região escravista na África. O artigo visa discutir a presença dos falantes das línguas gbè (ardras, minas e jejes, principalmente) na Bahia durante o século XVIII. O trabalho de Luís Nicolau Parés, A formação do Candomblé, ilumina a presença de africanos da área gbè na Bahia setecentista. Ainda assim, há a necessidade de investigar as dinâmicas atlânticas que resultaram na deportação de gbè falantes para as Américas à luz de novas fontes. Ao explorar as conexões entre os eventos políticos no golfo do Benim e o tráfico baiano de escravos, o artigo também busca os números e origens dos exportados para a Bahia. Procuro combinar análises quantitativas acerca dos números do tráfico transatlântico de escravos, inventários post mortem e registros de batismo de modo a lançar luz sobre as vidas dos africanos ocidentais na Bahia do século XVIII.

Highlights

  • O volume do tráfico entre a Bahia e o golfo do Benim fez de Salvador um dos principais locais de desembarque de africanos provenientes da área linguística gbè nas Américas no século XVIII.[1]

  • In 1715, a French observer commented that Salvador appeared to be a “New Guinea”, due to the diversity of slave origins. In spite of this diversity, Salvador had a high concentration of enslaved Africans who shared similar origins

  • The article aims to discuss the presence of gbe-speakers in Bahia in the eighteenth century

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Summary

Do significado dos termos

Antes de passar para o tema, porém, é preciso familiarizar o leitor com os termos ardra, mina e jeje. A operações daomeanas de captura de escravos em sua imediata vizinhança, ao norte de Abomé, assemelham-se ao modelo de extensão das fronteiras escravistas em direção ao interior, proposto por Paul Lovejoy, porém dentro dos limites sugeridos por Manning.[94] As zonas escravistas na Costa da Mina guardam importantes diferenças com outras regiões africanas como Benguela, na África Centro Ocidental, onde a fronteira escravista moveu-se para o litoral.[95] No caso do golfo do Benim, o deslocamento dos locais de captura em direção ao interior, observado acima, pode ter sido a solução para proibição da venda de pessoas dentro do reino do Daomé para o tráfico atlântico. Região de Origem dos africanos destinados às Américas, 1701-1800

Bight of
Findings
Helena islands
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