Abstract

RESUMOEste artigo analisa a evolução dos indicadores de emprego e de desemprego na economia brasileira desde o início dos anos 2000 até os dados referentes a 2012, tomando como referências teóricas a formulação de Keynes sobre o desemprego involuntário e também os estudos sobre a dinâmica das relações entre setor formal e setor informal dos mercados de trabalho formulados por autores ligados ao Prealc. O artigo apresenta um exercício econométrico (que teve por base a função emprego de Keynes explicada pelo Princípio da Demanda Efetiva) que revela que o crescimento do emprego é uma função positiva do crescimento econômico. Dados adicionais mostram que, a despeito do crescimento da ocupação e da formalização do emprego ocorrida no período, com consequente queda da taxa de desemprego para patamares historicamente baixos, a economia brasileira não conseguiu, segundo as referências teóricas adotadas, atingir o pleno emprego ao final do período analisado, devido à persistência de parcela expressiva de mão de obra subutilizada no mercado de trabalho.

Highlights

  • Observations on the debate on full employment in Brazil The article examines the evolution of employment and unemployment in Brazil, from 2000 to 2012

  • O marco teórico da análise dos dados repousa na formulação da Teoria Geral de Keynes (Keynes, 1988[1936]) e também na contribuição de autores ligados à tradição de estudos sobre o desenvolvimento da América Latina, mais especificamente os autores que fizeram parte do Prealc1

  • Os pesquisadores do PREALC estavam em sintonia com o pensamento da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a respeito da realidade latino-americana, considerando que o crescimento econômico que vinha ocorrendo na maioria desses países, nas décadas recentes, não tinha sido suficiente para promover estruturação dos mercados de trabalho, superação da pobreza e homogeneização social

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Summary

A questão do pleno emprego em Keynes e o princípio da demanda efetiva

Logo no segundo capítulo de sua Teoria Geral, Keynes (1988[1936]) trabalha com a ideia de equilíbrio no curto prazo, mas rejeita a noção de que esta situação de equilíbrio, quando se refere ao mercado de trabalho, seja sempre um ponto de equilíbrio com pleno emprego. Esta interpretação a respeito da relação dinâmica entre o “núcleo verdadeiramente capitalista” e as atividades da “pequena produção” merece ser destacada aqui, pois é a ela que remetemos a discussão sobre a migração dos trabalhadores entre diferentes formas de inserção no mercado de trabalho (entendido em seu aspecto mais amplo, ou seja, não apenas pela situação do assalariamento formal nas atividades capitalistas, mas também das formas de trabalho no setor informal ou não tipicamente capitalista) e, por conseguinte, à discussão sobre subutilização do fator trabalho.

Aspectos gerais
A heterogeneidade do mercado de trabalho brasileiro
A evolução do Mercado de Trabalho no Brasil entre 2003 e 2013
A relação crescimento e ocupação
D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10 D11 D12 Sumário de estatísticas
A trajetória dos indicadores de emprego e de desemprego
Evolução regional do emprego formal no Brasil
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