Abstract

A determinação da taxa de mineralização de nitrogênio (N) em solos tratados com resíduos é fundamental para definir as doses a serem aplicadas, fornecendo N às plantas na época adequada, sem perdas do elemento por lixiviação. Inúmeros estudos em solos tratados com resíduos utilizam o teste de mineralização de N sem lixiviação e a caracterização das formas mineralizadas pelo método volumétrico. Em razão da deficiente repetibilidade do teste e da baixa sensibilidade do método de determinação observada em estudos com lodo de esgoto e composto orgânico, adotaram-se o método pouco difundido de mineralização de N com lixiviação e a especificação das formas minerais de N, por meio de métodos espectrofotométricos. O teste foi realizado em colunas de PVC, com 30 mm de diâmetro, preenchidas com terra retirada da camada 0,20 m de um solo classificado como Nitossolo Háplico, álico, argiloso, misturada às seguintes doses de resíduos, em Mg ha-1 (base úmida): lodo de esgoto - L1: 3,6; L2: 7,2; e L3: 14,4; e composto de lodo de esgoto e material vegetal triturado proveniente da poda de árvores urbanas - C1: 7,2; C2: 14,4; e C3: 28,8. As colunas foram incubadas e lixiviadas periodicamente com solução 0,01 mol L-1 KCl e as formas minerais de N determinadas colorimetricamente. Maiores taxas de mineralização ocorreram nas menores doses aplicadas de lodo e composto, evidenciando efeito priming, indesejado à fertilidade de solos sob condições tropicais. Menores taxas ocorreram nas doses L2 e C2, com valores próximos àqueles sugeridos pela legislação, não suprindo a demanda de N almejada, indicando possível necessidade de revisão na norma vigente. De modo geral, as taxas de mineralização foram maiores para o composto orgânico, enquanto a velocidade de degradação do composto orgânico foi menor que para o lodo, revelando maior distribuição da disponibilidade de N para a cultura ao longo do tempo. O método de mineralização com lixiviação e a determinação das formas de N-minerais por colorimetria evidenciaram-se rápidos e eficientes; estudos com solos e resíduos diversos podem validá-los para seu uso em rotina.

Highlights

  • O lodo de esgoto produzido na Estação de Tratamento de Esgoto de Franca - ETE-SABESP/ Franca foi pioneiramente utilizado na cultura do café, de 1999 a 2006, mediante projeto que incluía aspectos agronômicos

  • Em concordância com os resultados observados no quadro 1, notou-se que as doses marginais C1 e C3 apresentaram maiores teores de N-mineral acumulado; o tratamento C2 foi semelhante ao solo testemunha, fornecendo quantidades baixas de Nmineral

  • Quando se comparou o tempo de meia-vida dos materiais orgânicos incorporados ao solo entre as mesmas doses de lodo e composto, notou-se que esse não diferiu significativamente para as doses 0, L1 e C1, assim como para L2 e C2

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

O teste de mineralização de nitrogênio (N) com lixiviação para lodo de esgoto foi conduzido de acordo com método citado na Norma P4.230 (CETESB, 1999), para lodos provenientes de sistema de tratamento biológico. O íon amônio foi determinado pelo método do salicilato, proposto por Kempers & Zweers (1986), usando de 1,0 a 4,0 mL de lixiviado, completando-se o volume até 4,0 mL com a solução extratora; à alíquota de lixiviado, adicionou-se 0,9 mL da mistura de soluções compostas por nitroprusiato de sódio + salicilato de sódio + citrato de sódio + NaOH e, após agitação, acrescentou-se 0,1 mL de hipoclorito de sódio diluído. Foram estabelecidos os teores de N mineralizado, acumulados ao longo dos 147 dias de realização do teste, para cálculo da fração de mineralização de cada dose aplicada dos resíduos, podendo assim prever a liberação das formas minerais de N, durante o ciclo da cultura agrícola.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Poda de árvore
Fração de mineralização
Composto de lodo de esgoto
LITERATURA CITADA
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