Abstract
Este artigo propõe-se a discutir os fatores que contribuíram para a conformação das possessões portuguesas às margens do Oceano Índico, nomeadamente a construção de fortalezas ao longo da costa. Essa conformação representou uma estratégia oficial de fixação no território e de controle das rotas comerciais. Simultaneamente, no entanto, os indivíduos buscaram outras formas de enriquecimento, muitas vezes contrárias aos interesses da Coroa portuguesa. Para a análise desses dois movimentos, apoia-se na definição de estratégias e táticas proposta por Michel de Certeau.
Highlights
Então, perguntar: a construção de fortalezas ao longo da costa no Oceano Índico fazia parte de uma estratégia mais ampla de conquista e de dominação deliberadamente engendrada pela Coroa portuguesa? Diante das experiências e dos interesses portugueses, podemos sugerir que a construção de fortalezas foi a primeira e mais importante atitude antecipadamente prevista, e que, frente à complexidade das situações encontradas na Ásia, Portugal não se viu obrigado a desenhar uma política específica para o Índico, mas percebeu que sua abordagem tradicional responderia também às condições encontradas naquelas regiões, ou seja, “novos espaços, antigas estratégias” (ANDRADE, 1999: 35-44)
This article proposes a discussion of the factors that contributed to the settling within the Portuguese possessions along the shores of the Indian Ocean, namely the construction of fortresses along this coastline
These settlements represented an official strategy of establishment within the territory and of control of the commercial routes
Summary
A contribuir fortemente para a manutenção das praças portuguesas ao longo da costa, houve um terceiro elemento: a organização dos reinos asiáticos, a formar uma sequência de cidades mais ou menos autônomas, sultanatos independentes, como Quíloa, Ormuz, Malaca (BOUCHON, 1990: 73), voltadas para o mar e interligadas por dinâmicas rotas de comércio. Como resultado desses imbricados movimentos nos espaços asiáticos, os portugueses tiveram de enfrentar as alterações que se propagaram e se adaptaram de uma região à outra do grande continente, o que levou Subrahmanyam a alertar para “as dinâmicas da história asiática” como um problema essencial no momento de estudar as ações portuguesas na Ásia (SUBRAHMANYAM, 1995: 13).
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have