Abstract
Resumo A partir de um mapeamento de metodologias empregadas em estudos acadêmicos sobre telejornalismo produzidos entre 2015 e 2017 em 11 bancos de dados, este artigo sugere a relevância do olhar sobre as imagens e suas combinações com palavras na produção de sentidos. O trabalho também propõe o reconhecimento da necessidade de articular às análises textuais de telejornais e programas televisivos quatro instâncias que configuram os processos comunicativos no ambiente convergente: singularidades da ambiência, circulação, características de organizações e de práticas produtivas e interações das audiências. Nesse sentido, apresenta o esquema analítico da Análise Televisual Convergente (ATC), um procedimento metodológico possível para a leitura crítica dos textos audiovisuais nas pesquisas em comunicação e em processos de aprendizagem num momento de transformação da produção e consumo de conteúdos e formatos em áudio e vídeo decorrente da digitalização dos meios.
Highlights
Análise Televisual Convergente: um procedimento metodológico para leitura crítica dos processos comunicativos de telejornais e programas televisivos convergent environment: singularities of ambience, circulation, features of organizations and productive practices and interactions of audiences
This paper presents the analytic framework of the Convergent Televisual Analysis (ATC), a methodological procedure for the critical reading of audiovisual texts in communication research and learning processes at a time of transformation of production and consumption of audio and video contents and formats resulting from media digitalization
Na realização da pesquisa todo conhecimento do social é um recorte ou uma aproximação da realidade, mas as metodologias empregadas podem auxiliar a “tradução” de maneiras do pensar e sentir de instituições e da cultura de comunidades distintas e das articulações entre o individual e o coletivo (MINAYO, 2014)
Summary
Ao invés de se pensar as imagens apenas como instrumentos de poder que tornam inseparáveis o real e a aparência, projeções da ideologia ou tecnologias de dominação, destacando as suas potências maléficas, Mitchell (2017) sugere observar o campo social do visual, considerando que os processos cotidianos de olhar e ser olhado constituem um complexo campo de reciprocidade visual. Entretanto, os estudos das narrativas audiovisuais na atualidade não se debruçam sobre uma imagem particular, procuram entender como esta é constituída em um período histórico e em um contexto cultural específicos, o lugar onde circula como representação e reflete significações. Cabe ao analista decifrar um regime particular de articulação entre o visível e o dizível e a análise do texto audiovisual não deve prescindir da leitura crítica da visualidade como recurso de construção de sentido, como permite a aplicação da AT, desvelando o regime de ‘imaginidade’, a política de representação e/ou o jogo de contar histórias factuais e/ou ficcionais escritas com imagens e palavras. Os textos audiovisuais não são apenas meios de reprodução de valores e estéticas dominantes; são também práticas socioculturais constituídas por sistemas mais ou menos inventivos de representações e combinações entre som e imagem que não têm um sentido fixo (BECKER, 2016). Se a partir do mito platônico das cavernas e durante séculos a imagem foi identificada como aparência e compreendida como um instrumento de manipulação, de persuasão religiosa ou política, estas assunções e premissas ainda influenciam pesquisas que privilegiam a interpretação dos arranjos verbais no estudo das significações do texto audiovisual, como identificado no mapeamento dos métodos utilizados em estudos recentes de telejornalismo
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have