Abstract
Este trabalho tem como objetivo verificar o uso de imagens técnicas para a compreensão de textos com conteúdo científico na divulgação da ciência. Parte-se da hipótese de que, associado à fotografia, o texto científico tem maior possibilidade de despertar o interesse do leitor e facilitar o entendimento da informação. Apoia-se na teoria de Flusser, que defende que as imagens como a fotografia fornecem pensamentos menos abstratos do que os textos; nas pesquisas de Samain, que classificam a fotografia como valioso meio de comunicação; e os esforços de outros estudiosos como Correia, Gruszynski e Castedo, Machado e Mora – que acreditam que a fala e a escrita não mais precisam ser as únicas formas de comunicação científica. A pesquisa caracteriza-se como exploratória, com design experimental-laboratorial e adota abordagem mista (qualitativa e quantitativa). Ao serem apresentados a diferentes estruturas de texto científico (texto com fotografia, somente texto e somente fotografia), os resultados mostram diferentes padrões de leitura, grau de atenção e compreensão do texto científico. O texto com imagem foi melhor compreendido e considerado de fácil leitura, seguido do texto sem imagem. O material menos compreendido foi aquele que apresentou somente a imagem. Os participantes que receberam textos consideraram que a fotografia auxilia na leitura e apreensão do conteúdo. O grupo que recebeu só imagem sentiu falta do texto. Considera-se que a hipótese da pesquisa foi confirmada.
Highlights
Ao propor um maior investimento na produção de imagens que possam ser utilizadas na divulgação de estudos científicos, não tratamos do uso indiscriminado de qualquer imagem, resultado do ímpeto ou da expressão pura de seu produtor
A fotografia índice está submetida a quatro princípios: o da conexão física entre imagem e referente; da singularidade que nos remete a um único referente empiricamente determinado; de designação que aponta para um objeto definido e; finalmente, do atestado que testemunha a existência de uma realidade
Com base em análises de usabilidade e estimativas de margem de erro, os autores entendem que “Em um estudo qualitativo de rastreamento ocular, cerca de seis usuários são tipicamente suficientes para a avaliação [...]” (PERNICE; NIELSEN, 2009, p. 20, tradução nossa)
Summary
O conhecimento científico tornou-se um dos elementos centrais da cultura ocidental. Destacamos aqui a apropriação de outras linguagens para a divulgação da ciência por reconhecer que a fala e a escrita não precisam ser as únicas formas de comunicação consideradas na construção do conhecimento científico. Para colaborar com o discurso dos cientistas e dos jornalistas científicos e diminuir o abismo entre comunidade científica e sociedade, propomos o uso da fotografia como linguagem capaz de retratar eventos, pessoas e objetos; de representar uma realidade; de comunicar e difundir novas ideias e que, ao mesmo tempo, se apresente como código comum entre pesquisadores, jornalistas e público leigo. A hipótese foi construída a partir das pesquisas de Samain (2012) que consideram a fotografia como valioso meio de comunicação, bem como na iniciativa do CNPq, Prêmio de Fotografia Ciência e Arte – que aponta para a importância da associação entre temas de pesquisas científicas e imagens fotográficas (BRASIL, 2015); e os esforços de outros estudiosos como Correia (2011), Gruszynski e Castedo (2008), Machado (2001) e Mora (2003), que declaram que a fala e a escrita não mais precisam ser as únicas formas de comunicação científica
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