Abstract

A degradação ambiental é um problema que se intensifica a cada ano sendo que um dos principais resultados é a redução de água potável disponível para consumo humano. A preservação das nascentes é de extrema importância para a recarga dos aquíferos e para garantia da quantidade e da qualidade da água disponível. Este trabalho teve como objetivo mapear e analisar a situação ambiental de nascentes no perímetro urbano de Soledade (Rio Grande do Sul, Brasil), por meio de imagens de satélites, sistemas de informações geográficas, e visitação in loco para a realização do diagnóstico ambiental. Utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica e a pesquisa-ação. Para o mapeamento das nascentes foram usados o Sistema de Informações Geográficas (SIGs) e o software de geoprocessamento ArcGis. Todas as nascentes foram visitadas e a análise ambiental levou em consideração os critérios: tipo de nascente, grau de conservação, proximidade com residências, acesso antrópico, presença de animais domésticos e de resíduos sólidos. Foram identificadas 31 nascentes, sendo 18 classificadas como degradadas, 10 como perturbadas, duas (2) estavam canalizadas e apenas uma (1) preservada. A ausência de vegetação, o depósito irregular de resíduos sólidos, o cultivo de espécies exóticas (eucalipto), a proximidade de residências, o uso das nascentes para dessedentação animal, a proximidade de lavouras e de rodovias, o aterramento e a canalização de nascentes para loteamento foram os principais fatores de impacto as Áreas de Preservação Permanente (APP) das nascentes. Vale lembrar que a água é considerada pela ONU como um dos pontos prioritários para garantir o desenvolvimento sustentável, sendo o suprimento potável e a quantidade adequada de água um recurso chave para a garantia do desenvolvimento social e econômico. Sendo assim este estudo recomenda que a municipalidade de Soledade invista em ações de educação ambiental e capacitação dos gestores; priorize a definição de políticas públicas que promovam e incentivem a preservação das áreas de nascentes e, ao mesmo tempo adote medidas para recuperação das APPs. Recomenda-se ainda que os dados aqui apresentados sejam como subsídios para o planejamento da expansão urbana por meio da definição de áreas passíveis de ocupação e delimitação das áreas de preservação ambiental. Além de uma economia gerada a médio e longo prazo ao garantir água potável com menor necessidade de tratamento o município estaria contribuindo com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e se posicionando a frente de outras municipalidades que ainda não realizam ações voltadas para este objetivo.

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