Abstract

Psychotria carthagenensis (Rubiaceae) pode ser identificada pela presença de estípulas apicais lanceoladas. Muitos gêneros da família têm estípulas com estruturas secretoras, denominadas coléteres. Sobre a estrutura de estípulas e coléteres pouco é conhecido. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar anatomicamente estípulas e coléteres de indivíduos de P. carthagenensis ocorrentes no Estado de Santa Catarina (Brasil). Amostras de estípulas apicais dos ramos foram coletadas, fixadas e processadas para estudos em microscopias óptica e eletrônica de varredura. Testes histoquímicos foram aplicados em material in vivo. As estípulas são fundidas pela base e separadas na porção apical. Na face adaxial ocorrem tricomas multicelulares, entre os quais estão os coléteres. Estes têm base constricta, poros na superfície cuticular e epiderme em paliçada envolvendo um parênquima axial, o qual pode conter ráfides. Os coléteres secretam substâncias mucilaginosas. Esta secreção é muito importante para proteger o meristema apical caulinar e as folhas jovens.

Highlights

  • ABSTRACT – (Stipule and colleter anatomy of Psychotria carthagenensis Jacq. (Rubiaceae))

  • Para análise ultraestrutural as amostras fixadas e desidratadas foram imersas em HMDS, como meio substitutivo de ponto crítico de CO2 que, pelo processo de sublimação, reduz a tensão superficial, evitando o colapso das estruturas (Bozzola & Russel 1991)

  • Em P. carthagenensis, não foram observados tecidos vasculares nos coléteres; sugere-se portanto, que a condução dos elementos precursores da secreção até a epiderme secretora seja feita de célula-a-célula pelos tecidos da estípula passando pelo parênquima central do coléter

Read more

Summary

Material e métodos

O estudo foi realizado em três tipologias vegetacionais ocorrentes no estado de Santa Catarina (Brasil): Floresta Ombrófila Densa, Restinga e Ambiente Reofítico. Foram feitas secções transversais e longitudinais do material in vivo e fixado. Os testes histoquímicos utilizados em material in vivo, seccionado com auxílio de lâmina de barbear, foram: tionina, para detecção de mucilagem (Purvis et al 1964 – apud Kraus & Arduin 1997); ácidos clorídrico, sulfúrico e acético, para detecção da natureza química dos cristais (Evans 1989). Para análise ultraestrutural as amostras fixadas e desidratadas foram imersas em HMDS (hexametildesilasane), como meio substitutivo de ponto crítico de CO2 que, pelo processo de sublimação, reduz a tensão superficial, evitando o colapso das estruturas (Bozzola & Russel 1991). Aderidas sobre suportes de alumínio, com auxílio de fita de carbono dupla face, cobertas com 20 nm de ouro, foram analisadas e documentadas em MEV (Microscópio Eletrônico de Varredura), marca Phillips, modelo XL30. Para identificação dos elementos químicos constituintes dos cristais foi utilizado detector de raios-X de Si-Li com janela da microssonda Super Ultra Thin Window, com sistema Link-Oxford EDX, acoplado ao MEV

Resultados e discussão
Referências bibliográficas
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call