Abstract

O objetivo deste artigo é examinar a concepção pascaliana de imaginação, na sua articulação necessária com a noção de amor próprio. Derivada da teologia agostiana, a noção de amor próprio se identifca com a noção de orgulho e é uma das três concupiscências fundamentais que regem o homem decaído quando este não tem o auxílio da graça. Pascal vai mais longe que Agostinho e faz desta paixão o traço defnidor do homem decaído, conduzindo-o na sua relação tirânica com os outros homens. O instrumento do amor próprio para alcançar seus objetivos é precisamente a imaginação, faculdade enganadora que, mesmo contra a razão, faz a estimativa de valor de todos os objetos e é o fator essencial de determinação da felicidade puramente humana.

Highlights

  • Derived from Augustinian theology, the notion of self-love is identified with the notion of pride and is one of the three fundamental cupidities that rule the fallen man when he is not under the action of divine grace

  • Com a graça, o amor de si se juntará ao amor a Deus, agora recuperado, e por isso esse amor de si deixará de ser amor próprio para tornar-se parte da caridade: 483/372:“(...) Ele não poderia por sua natureza amar outra coisa senão por si mesmo e para sujeitá-la a si, pois cada coisa se ama acima de tudo

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Summary

Introduction

62 Cadernos Espinosanos São Paulo n.42 jan-jun 2020 a necessidade de preencher sua capacidade infinita com infinitos objetos finitos, visando o seu próprio prazer, mas também o desejo de conseguir o amor dos outros homens, como se a multiplicidade de amantes pudesse ocultar a finitude do objeto amado. Por isso o complemento necessário do amor próprio é o ódio ao conhecimento da minha imperfeição, conhecimento que o eu faz tudo para ocultar, de si próprio e dos outros, uma vez que a destruição desta imperfeição não está ao seu alcance.

Objectives
Results
Conclusion
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