Abstract

OBJETIVO: Investigar a presença de alterações auditivas, representadas por diminuição do limiar audiométrico e/ou ausência de emissões otoacústicas, associadas às características gerais, complicações crônicas e comorbidades em pacientes com diabetes tipo 2. MÉTODOS: Estudo realizado em unidade de atenção secundária, em Fortaleza, de abril a julho de 2010. Amostra de 152 pacientes de 36 a 60 anos de idade, portadores de diabetes tipo 2. Analisou-se dados clínicos relacionados ao diabetes e à avaliação audiológica, composta por audiometria tonal liminar, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente e emissões otoacústicas evocadas produto de distorção. RESULTADOS: O gênero feminino predominou, com 95 (62,5%) pacientes. A média de idade foi 53,4 anos. Verificou-se perda auditiva sensorioneural em 96 (63,2%) pacientes, sendo a maioria perda coclear (83,3%). Cento e catorze pacientes (75%) apresentaram ausência de emissões transientes e 120 (78,9%), ausência de emissões produto de distorção. Os homens diabéticos demonstraram 4,4 vezes mais chance de perda auditiva que as mulheres. Quanto maior o tempo da doença, maior a probabilidade de perda auditiva. Os pacientes diabéticos acima de 50 anos também apresentaram maior chance para perda auditiva. CONCLUSÃO: Das comorbidades e complicações associadas ao diabetes, o sobrepeso/obesidade constitui fator de risco para alteração auditiva, estando associado à perda auditiva e ausência de emissões transientes. Os pacientes diabéticos com sobrepeso/obesidade apresentaram três vezes mais chances de alterações na audiometria e emissões otoacústicas.

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