Abstract

A impressionante obra gráfica do gravurista mexicano José Guadalupe Posada (1852-1913) – dentro da qual se destacam as famosas calaveras alegres e dançantes – tem chamado a atenção de estudiosos há décadas. Umas das questões mais controversas nesses estudos diz respeito às relações do artista com a política, sendo que existe uma espécie de imbroglio envolvendo, de um lado, a visão de um Posada revolucionário e precursor da Revolução Mexicana e, de outro, a imagem de um Posada reacionário e porfirista. O objetivo deste trabalho é matizar essas duas versões dicotômicas e propor um novo olhar sobre as relações da obra de Posada com o universo político de sua época partindo da análise de algumas de suas gravuras publicadas na imprensa popular mexicana, principalmente a partir do acirramento da oposição à ditadura de Porfirio Díaz até as últimas obras do artista, falecido em 1913. A análise toma como base a proposta de Guillermo Sunkel (2016 [1985]) sobre as “matrizes culturais” e as concepções de Mikhail Bakhtin (1993 [1965]) a respeito do papel subversivo do “riso popular”. 

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