Abstract

Mário Mesquita fala-nos neste texto de um jornalismo utópico: um jornalismo crítico, liberto dos interesses da política e do dinheiro, inserido no campo da cultura, capaz de se pôr em causa e profundamente empenhado com a democracia. Um jornalismo que Albert Camus assumiu sem ilusões, mas que acabou por consi derar uma das mais belas profissões do mundo. Escritor, antes mesmo de ser o jornalista que não enjeitou iniciar-se pelas tarefas básicas de estagiário na redação do Combat, e inteletual: Camus nunca foi um homem de conformismos nem na literatura, nem no pensamento, nem no jornalismo, facto que lhe valeu o isolamento na intelectualidade francesa. Muito para além do opinionmaker dos nossos dias, ele foi o intelectual com a coragem moral da opinião diferente e livre. Palavras de Mário Mesquita a propósito do centenário do nascimento de Albert Camus e dos 20 anos da Licenciatura em Jornalismo da Universidade de Coimbra.

Highlights

  • Albert Camus não escolheu o jornalismo por vocação

  • Desta forma, Camus começou a sua aprendizagem – já com dois livros publicados – pelas tarefas básicas do estagiário: os crimes, os acidentes, os necrológios e os processos judiciais, todo esse mundo de ocorrências transformadas em notícias que, sendo consideradas tarefas menos nobres, ligam o jornal ao quotidiano das cidades (Robert Park, Michael Schudson)

  • Ao tempo de Camus, como escreve Milan Kundera, “o jornalismo não era ainda classificado, fora da cultura, nessa categoria a que se chama hoje ‘os media’” (Kundera, 2003: 104-105)

Read more

Summary

Introduction

Albert Camus não escolheu o jornalismo por vocação. À semelhança de tantos outros, foram as necessidades de subsistência a determinar que, além de escritor, pensador e dramaturgo, fosse também jornalista. Aos 25 anos, Albert Camus aceitou o convite do seu amigo Pascal Pia para redator do Alger Républicain, jornal de esquerda, próximo da Frente Popular. Não foi apenas colunista ou colaborador da imprensa, como tantos outros escritores célebres do seu tempo, de Sartre a Mauriac.

Results
Conclusion
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.