Abstract

A primeira fala de Geni (Darlene Glória) em Toda nudez será castigada, peça de Nelson Rodrigues (1965) adaptada para o cinema por Arnaldo Jabor (1972), ecoa a fala de Lisa Berndle (Joan Fontaine) em Carta de uma desconhecida, filme dirigido por Max Ophüls, em 1948, nos Estados Unidos e baseado em novela homônima de Stefan Zweig (2015 [1922]). Em ambos os filmes, vozes femininas de protagonistas mortas anunciam seu destino trágico a pares românticos incapacitados, por motivos diversos, de encarnar a jornada do herói. O músico protagonista de Zweig/Ophüls vive em função do glamouroso mundo do espetáculo. Seu narcisismo o torna insensível às investidas sinceras da vizinha apaixonada, até que, tarde demais, já decadente, toma conhecimento de sua própria alienação via missiva lida por ele em silêncio, ao som da voz dela, Fontaine, em over. As duas protagonistas iniciam os filmes anunciando sua própria agonia; vítimas de abandono, introduzem longos flashbacks que explicam seus finais fatais. ... Continua >>

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