Abstract

A expansão capitalista do dendê pelo nordeste do Pará, no início do século XXI, está intrinsecamente conectada com os rumos políticos do governo de Luís Inácio Lula da Silva, em 2003, quando se intensifica o investimento na produção dos agrocombustíveis no Brasil. Articulam-se neste cenário o discurso de preservação e desenvolvimento regional, aliados a inclusão social dos camponeses na cadeia produtiva do dendê. Contraditoriamente à perspectiva de geração de renda e por conseguinte, melhoria de vida dos povos do campo expresso no PNPB, visualizou-se a ampliação das disputas entre terra de negócio versus terra de trabalho. Desse modo, busca-se nesse artigo discutir a espacialização do agronegócio do dendê no nordeste paraense bem como as ações empreendidas pelos camponeses como estratégia de resistência a esse processo. O texto foi construído a partir das reflexões suscitadas na pesquisa de campo realizada entre os anos de 2012 e 2017 na região. Mais especificamente, apresentaremos uma abordagem geo-histórica do dendê na Amazônia e suas relações contraditórias com as famílias camponesas que vivem em suas proximidades.

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