Abstract

Na realização das tarefas de cuidado e manutenção das famílias de camadas médias no Brasil - desempenhada, na esmagadora maioria das vezes, por mulheres pobres, fora da parentela dos empregadores - assim como nas formas de remuneração e de relacionamento que se desenvolvem entre patrões e empregadas domésticas, reproduz-se um sistema altamente estratificado de gênero, classe e cor. A manutenção desse sistema hierárquico que o serviço doméstico desvela tem sido reforçada, em particular, por uma ambigüidade afetiva entre os empregadores - sobretudo as mulheres e as crianças - e as trabalhadoras domésticas. Ao analisar exemplos tirados de uma pesquisa etnográfica em Vitória (Espírito Santo), comentaremos como essa ambigüidade se revela como instrumento fundamental de uma didática da distância social.

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