Abstract

OBJETIVO: O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) causa importante impacto sobre a dinâmica familiar. Frequentemente, ocorrem modificações na rotina da família, a qual acaba se adaptando aos sintomas e às exigências do paciente, fenômeno denominado acomodação familiar. Portadores de TOC podem sentir-se, ainda, alvo de críticas por parte de pessoas de seu convívio. Alguns estudos associam pior prognóstico a maiores Índices de Acomodação Familiar e criticismo percebido. Este artigo tem como objetivo verificar possíveis associações entre tipos de sintomas predominantes (dimensões) determinados pela escala DYBOCS, em relação ao funcionamento familiar e percepção crítica dos pacientes. MÉTODO: Quarenta e nove pacientes e seus familiares foram avaliados por meio da aplicação de escalas para medição dos índices de criticismo percebido (Perceived Criticism Scale) e acomodação familiar (Family Accommodation Scale), além de escalas para medir a intensidade dos sintomas obsessivo-compulsivos (Dimensional Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale, Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale), depressivos e ansiosos (Hamilton and Beck depression and anxiety inventories). Compararam-se os resultados aos índices obtidos pela DYBOCS e a outras variáveis clínicas relacionadas ao TOC. RESULTADOS: Encontraram-se correlações estatísticas entre gravidade das dimensões agressividade e contaminação, com maior acomodação familiar. Foi verificado também maior criticismo por parte dos pacientes portadores de colecionismo. CONCLUSÃO: Diferentes subtipos de TOC exercem diferentes padrões de influência no contexto familiar. Mais estudos com esse enfoque são necessários para melhor orientação comportamental a pacientes e familiares.

Highlights

  • É aplicada pelo médico ou psiquiatra e se constitui de 10 questões, cada uma avaliada de “0” a “4”

  • O que importa em termos familiares é a gravidade da sintomatologia e o pouco juízo crítico do paciente acerca de seus sintomas, e não necessariamente o conteúdo do sintomas obsessivo-compulsivos (SOC)

  • A análise das correlações entre os escores de gravidade da Dimensional Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (DYBOCS) e os escores de criticismo percebido e acomodação familiar mostrou correlações estatisticamente significativas e de moderada intensidade entre portadores da dimensão contaminação e limpeza

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Summary

Intensidade de sintomas ansiosos

Todos os 47 pacientes já haviam utilizado medicações com ação predominantemente serotoninérgica (inibidores da recaptação da serotonina – IRS) em algum momento de sua doença. Escala de Sintomas Obsessivo-Compulsivos de Yale-Brown (YBOCS): essa escala foi desenvolvida por Goodman e cols., para resolver o problema de medir a severidade dos sintomas obsessivo-compulsivos, independentemente do conteú­do das obsessões ou compulsões. É aplicada pelo médico ou psiquiatra e se constitui de 10 questões, cada uma avaliada de “0” (sem sintomas) a “4” (severidade extrema das compulsões ou obsessões). Escala de Avaliação de Crenças de Brown (BABS): foi desenvolvida por Katharine Phillips, do Butler Hospital, da Brown University School of Medicine, para medir a convicção e o insight que os pacientes têm de suas crenças. Escalas de Beck para Depressão (BDI) e Ansiedade (BAI): amplamente utilizadas na prática clínica, foram desenvolvidas por Aaron Beck e cols. Todos os entrevistadores foram devidamente treinados na aplicação dos instrumentos acima citados

Análise estatística
FM Efetivo em ajudar no TOC
Efetivo em ajudar no TOC
Acomodação familiar e dimensões da DYBOCS
Criticismo percebido e DYBOCS
Correlação das intensidades do funcionamento familiar com a DYBOCS
Controle de variáveis de confusão
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