Abstract

OBJETIVOS: caracterizar acessibilidade organizacional de crianças com paralisia cerebral aos serviços de reabilitação motora. MÉTODOS: estudo descritivo, retrospectivo, censitário, efetuado de janeiro a junho/2009, em três serviços de reabilitação do Recife. Participaram 38 menores de cinco anos, portadores do agravo, residentes no Recife. Utilizou-se questionário para obter informações de acompanhantes e prontuários das crianças. As variáveis foram descritas segundo serviço atual, primeiro serviço utilizado e número de serviços utilizados. RESULTADOS: entre os acompanhantes, 94,7% eram responsáveis pela criança (76,3% mãe) e 68,4% das crianças tinham entre 25-59 meses de idade. Metade usou mais de um serviço, ocorrendo utilização simultânea em 26,3%. Para 28,2% reabilitação iniciou-se mais de seis meses após diagnóstico. As crianças foram encaminhadas por médico (75,8%) e 86,4% tiveram um tempo máximo de espera para primeira consulta com fisioterapeuta de 30 dias. As responsáveis encontraram dificuldade para agendar primeira consulta (68,4%). Uma maior dificuldade para continuar fisioterapia foi identificada entre aqueles que usaram de dois e mais serviços. CONCLUSÕES: constatou-se demanda reprimida. Utilização de mais de um serviço e superposição de serviços sugeriram insatisfação com atenção. Os processos políticos e organizacionais voltados à estruturação do sistema de referência/contrarreferência necessitam priorização.

Highlights

  • Conclusions: there appears to be a hidden demand

  • Em torno de 68,4% das crianças tiveram alguma dificuldade para entrada à reabilitação, ressaltando a similitude do comportamento a parte a quantidade de serviços utilizados

  • No processo de organização do SUS, a descentralização mediante regionalização e hierarquização da assistência, é condição necessária para melhorar a acessibilidade à atenção, sobretudo a acessibilidade geográfica, à medida que busca garantir uma Referências distribuição espacial que viabilize a utilização dos recursos pelos usuários.[22] Neste sentido, a proposta da 8a conferência para, nos seis distritos sanitários, implantar núcleos de referência de reabilitação (fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia), articulados a partir do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e expandir os serviços de referência de acordo com a demanda, qualificando os já existentes.[29] A distância entre a residência e o serviço foi, isoladamente, à dificuldade mais citada para continuidade do tratamento, despontando a reivindicação das responsáveis das crianças por uma maior proximidade com serviços

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Summary

Simultaneidade na utilização de serviços

INSS= Instituto Nacional de Seguridade Social; CERVAC= Centro de Reabilitação e Valorização da Criança; GURI= Grupo Universitário de Reabilitação Infantil; SER= Serviço Especializado de Reabilitação. Em 81,6% dos casos houve deslocamento até serviço para agendar primeira consulta com fisioterapeuta, para 10,5%, a unidade encaminhou e marcou. Em torno de 68,4% das crianças tiveram alguma dificuldade para entrada à reabilitação, ressaltando a similitude do comportamento a parte a quantidade de serviços utilizados. Principalmente para as crianças que utilizaram um serviço, seguida da falta de recursos financeiros, foram às dificuldades mais mencionadas. Identificou-se perfil diferenciado quanto às limitações organizacionais, com a carência de fisioterapeutas e os critérios para inscrever a criança representando obstáculos à entrada somente daquelas que utilizaram um serviço (Tabela 3). Acessibilidade organizacional no primeiro serviço de fisioterapia motora utilizado por crianças com paralisia cerebral atendidas na rede complementar da Secretaria de Saúde do Recife, janeiro a junho de 2009. Especialidade do profissional que referiu † Pediatra Neurologista Outras especialidades médicas Equipe Global da AACD

Referência foi documentada Sim Não
Dificuldades na entrada à reabilitação motora Sim Não
Dificuldade para continuar tratamento Sim Não
Findings
Sugestões para melhorar o acesso a serviços Sim Não
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