Abstract

Resumo A presente pesquisa tem por propósito analisar o papel da contabilidade no sistema escravagista do Brasil oitocentista, investigando os registros e inventários do tráfico negreiro e também da contabilização dos compradores de escravizados. O estudo teve abordagem qualitativa ao utilizar a pesquisa historiográfica, quantos aos meios, foi bibliográfica e documental com objetivo exploratório. Parte da pesquisa documental foi realizada no banco de dados on-line Slave Voyages e presencialmente no Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP). Com base na análise das fontes documentais do ciclo da escravidão desde o tráfico negreiro até a compra dos escravizados pelos senhores das fazendas, os escravizados eram registrados contabilmente como uma mercadoria e/ou propriedade para gerar riquezas. Considera-se que a contabilidade reproduziu nos seus registros e demonstrações contábeis a naturalização das relações de poder instituídas pelo sistema colonial. Este estudo contribuiu para reflexão acerca da função dos profissionais da contabilidade que, de uma perspectiva mais crítica, poderiam ter compreendido o processo de objetificação ao qual foram submetidos os escravizados, mas também aponta que cooperaram no movimento abolicionista.

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