Abstract
Plântulas de Ipomoea pes-caprae ocorreram em nove das dez praias estudadas na Ilha de Santa Catarina, SC, e em 21 das 30 manchas monitoradas, não ocorrendo na praia de menor extensão. Suas densidades variaram de 0 a 5,2 plântulas m², sendo estas diferenças em parte explicadas pela densidade de sementes viáveis no solo. A sobrevivência de plântulas foi baixa, 0,6%, se considerarmos as 2.823 plântulas acompanhadas em três anos. Os principais fatores de morte foram a erosão e o soterramento marinhos. Nenhuma plântula sobreviveu no setor de alta praia (n = 2684). Houve sobrevivência em duna frontal, sob mancha estabelecida (0,8%, n = 119), em área em recolonização, onde os indivíduos foram parcialmente removidos (80,0%, n = 20) e em áreas recentes, reconstruídas após a remoção total da população (quatro plântulas observadas) onde atingiram o maior desenvolvimento. Experimentos mostraram que plântulas com um mês de idade não toleram soterramentos de 10 cm. Com 5 cm, 50,0% sobrevive, mas mostra menor número de folhas, menor biomassa e menor alocação à formação de raízes e caule. Todas as plântulas de Ipomoea pes-caprae estabelecidas, o fizeram em período sem erosão costeira, sendo esta duração da estabilidade do hábitat um fator chave para a regeneração de Ipomoea pes-caprae.
Highlights
ABSTRACT – (Abundance, survival and growth of Ipomoea pes-caprae (L.) R
A umidade interfere na germinação, emergência e sobrevivência das plântulas, podendo restringir o recrutamento a anos de maior pluviosidade (Meijden & Waals-Kooi 1979; Boorman & Fuller 1984; Maun 1985; 1994; De Jong & Klinkhamer 1988; Castellani et al 1995; 2001)
Tanto o mar quanto o vento depositam e removem grandes quantidades de areia sobre as plântulas e sementes
Summary
Espécie em estudo – Ipomoea pes-caprae é descrita como uma espécie perene de vida longa, mas seu tempo de vida não é conhecido (Devall 1992). Na Daniela, a barra arenosa ocupada por uma mancha de Ipomoea pes-caprae foi totalmente destruída em junho/1996 e reconstruída em 1997, com ocorrência de plântulas a partir de abril. Ocorrência e densidade de plântulas na Ilha de Santa Catarina – Plântulas de Ipomoea pes-caprae ocorreram em nove (90%) praias, com exceção da Caieira da Barra do Sul, sendo registradas em 21 (70%) das 30 manchas monitoradas (Fig. 1). A densidade de plântulas de Ipomoea pes-caprae não mostrou relação com a densidade de ramos nas manchas (rs = 0,21; P > 0,05), que apresentou valores entre 2,8 a 25,3 ramos m2. Também as plântulas germinadas na alta praia em dezembro/1996 no Pântano do Sul (n = 30) e nas moitas de plântulas no Pontal da Daniela (n = 1.045) foram removidas por marés altas no outono de 1997. São apresentadas as médias e desvio-padrão de diferentes estruturas. *Cicatrizes de queda foliar
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