Abstract

A aplicação de fertilizantes pode, em determinadas situações, beneficiar mais as plantas daninhas do que as próprias culturas. O manejo de fertilizantes em sistemas agrícolas pode ser um importante componente em programas de manejo integrado das culturas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência na absorção e utilização do P pelas culturas da soja e do feijão e por espécies de plantas daninhas. O experimento foi realizado em casa de vegetação, no período de agosto a novembro de 2002. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com três repetições; os tratamentos originaram-se de esquema fatorial 6 x 4, sendo seis espécies vegetais: soja (Glycine max), feijão (Phaseolus vulgaris), dois biótipos de Euphorbia heterophylla (suscetível e resistente aos herbicidas inibidores de ALS), Bidens pilosa e Desmodium tortuosum; e quatro doses de P (0,00 12,00; 24,00 e 48,00 mg dm-3), aplicadas na semeadura sob a forma de superfosfato simples. A soja foi a espécie que revelou maior aumento na sua massa seca de raízes com o incremento do fornecimento de P. D. tortuosum, soja e B. pilosa apresentaram maior resposta à adição de doses crescentes de P em relação ao acúmulo de massa seca. O maior teor de P foi constatado para o feijão, independente da dose de P aplicada, contudo D. tortuosum foi a única espécie a ter seu teor de P aumentado em quase três vezes, quando cultivado com o dobro da dose aplicada (48,00 mg dm-3), com base nas necessidades da cultura do feijão. Até a avaliação realizada no início do florescimento, as plantas de soja e D. tortuosum foram as espécies que acumularam a maior quantidade de P em seus tecidos, porém, durante a fase reprodutiva foi D. tortuosum a qual, juntamente com feijão, apresentaram variações quanto à eficiência de suas raízes em absorver P, de acordo com a dose desse nutriente, enquanto as demais espécies mantiveram a mesma eficiência radicular, independente do teor de P do solo. A eficiência na utilização do P absorvido, observado para D. tortuosum, soja e feijão, diminuiu com o aumento da dose. Nos biótipos de E. heterophylla e no feijão, foi verificado baixo desempenho quanto ao uso eficiente do P disponível no solo. A maior porcentagem de recuperação do P aplicado até à fase de formação de propágulos foi constatada nas plantas de D. tortuosum.

Highlights

  • Após coleta e tabulação dos dados, foram calculados os seguintes índices de eficiência de absorção e utilização do P: a) Eficiência das raízes na absorção de P (ERAP): conteúdo total de P na planta / massa seca de raízes (g planta-1)

  • De acordo com a análise da produção de massa seca de raízes (MSR), apresentada pelas espécies vegetais coletadas no início do florescimento e no final da formação de propágulos, a soja apresentou maior MSR em comparação ao feijão em todos os níveis aplicados de P (Quadro 2)

  • Quando não se aplicou P ao solo, o maior valor de MSR no início do florescimento foi verificado para as plantas de soja, apenas não diferindo da espécie daninha D. tortuosum, a qual, nesse período de avaliação, só apresentou MSR menor, em relação à soja, na dose de 12,00 mg dm-3 (Quadro 2)

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em casa de vegetação entre novembro de 2001 e março de 2002. Foram utilizados dois vasos por bloco para cada tratamento, sendo um avaliado no início do florescimento e o outro no estádio final da formação de propágulos. Os nutrientes K e N foram fornecidos para todos os tratamentos em mesma quantidade, sendo o K aplicado misturado ao solo, antes da semeadura, e o N em cobertura 20 e 40 dias após a semeadura (DAS). A quantidade dos nutrientes fornecidos (NPK) foi determinada com base na cultura do feijão para o nível tecnológico 4 (Chagas et al, 1999) e na análise do solo (Quadro 1). Após o crescimento das plantas, foi realizado o desbaste, deixando-se apenas uma planta por vaso. A matéria vegetal fresca de raízes e parte aérea foi colocada em estufa com circulação forçada de ar a 75 oC, para secagem até peso constante. Composição físico-química do Argissolo Vermelho-Amarelo utilizado no experimento

Classificação textural
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Final da formação de propágulos
Equação m g plan ta
Equ ação
LITERATURA CITADA
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