Abstract

Investigando o dever ético do Herói Trágico e a sua virtude moral em um processo que envolve o sacrifício ao geral e sobrepõe o universal ao singular, o artigo, baseado na perspectiva teológico-filosófica de Kierkegaard, estabelece a distinção entre Agamêmnon e Abraão, o Cavaleiro da Fé e a sua relação absoluta com o Absoluto, por meio de um ato que o mantém para além do geral e da sua mediação e implica a suspensão temporária do ético em um movimento de resignação infinita, em face do dever absoluto que converge para o paradoxo absoluto da fé e encerra a espiritualidade individual como base da existência autêntica. Dessa forma, assinalando a superação do desafio do desespero da relação envolvendo o princípio moral e a ordem de Deus em uma experiência existencial que engendra a espiritualidade individual e a consciência da singularidade, o artigo sublinha o processo que torna Abraão pai espiritual de todo aquele que crê e que, tendo como fundamento a leitura teológico-bíblica e católico-protestante, demanda a manifestação do Deus-Homem Jesus Cristo como a encarnação do Lógos, em um movimento que pressupõe um novo ser e um novo modo de existência e atribui à fé a condição de que “tudo é possível”, seja para Deus, seja para o homem.

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