Abstract

Este artigo insere-se nas preocupações teóricas da autora sobre a recepção da "Escola de Chicago", no Brasil. Analisa a passagem de Robert Park ao final dos anos 30 na Bahia; suas motivações e os efeitos para as ciências sociais internacionais. Essa viagem é pouco conhecida e o artigo traz uma pequena colaboração para a história das ciências sociais, no Brasil e na Bahia. Baseada em dados originais de pesquisa realizada no Brasil e nos Estados Unidos, o autora considera a importância da visita de Park [e de Pierson] à Bahia. Retoma as noções clássicas de Homem Marginal, desenvolvida por Park e de melting pot, usada por Park e discípulos, ao se referirem à convivência, em Chicago, de comunidades com nacionalidades diferentes, que não se misturavam. O caso baiano, de miscigenação, intrigou Park, que acabou transformando a Bahia num "laboratório social", suscitando a vinda de outros antropólogos, e novas questões e interpretações teóricas, atualmente retomadas.

Highlights

  • Este artigo insere-se nas preocupações teóricas da autora sobre a recepção da “Escola de Chicago”, no Brasil

  • Lembremos que Pierson fala de uma viagem de volta ao mundo em 1934, durante a qual Park teria visitado a América do Sul

  • Based on data from original research conducted in Brazil and the United States, the author considers the importance of the visit by Park [and Pierson] to Bahia

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Summary

Lícia do Prado Valladares*

Este artigo insere-se nas preocupações teóricas da autora sobre a recepção da “Escola de Chicago”, no Brasil. Lembremos que Pierson fala de uma viagem de volta ao mundo em 1934, durante a qual Park teria visitado a América do Sul. Não encontramos, nos arquivos americanos consultados, traços dessa sua passagem pelo Brasil em 1934, mas Park aqui esteve,[21] embora muito rapidamente, e foi nessa primeira viagem sentava uma configuração particular de difícil reconciliação com as ideias sobre as relações raciais nos Estados Unidos que Robert Park sugeriu a Donald Pierson que viesse aqui estudar a “situação racial”.23. O homem marginal continua sendo um migrante, porém ele pode ser representado por um europeu ou um negro do Sul dos Estados Unidos que veio à cidade em busca de trabalho, ou ainda um camponês americano que sofreu os efeitos do êxodo rural. Vinha imbuído de pensamentos e esquemas provenientes das realidades com as quais se vira confrontado.[26]

Um Melting Pot baiano?
Cor não declarada
Logo em seguida a Donald Pierson e a
Findings
Licia do Prado Valladares
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