Abstract

Objetivo identificar e discutir situações de trabalho relatadas por adolescentes trabalhadores que pudessem se constituir como violência psicológica no trabalho. Métodos foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com 30 jovens trabalhadores entre 15 e 20 anos de idade. As informações foram analisadas a partir da análise hermenêutico-dialética. Resultados em geral, os participantes perceberam os “relacionamentos interpessoais” no trabalho como bons, mas relataram inúmeras situações de “mal-estar no trabalho” que incluíram humilhações, abusos de poder, constrangimentos e assédio sexual, revelando ocorrências de violência psicológica no trabalho. Os jovens mais empoderados e autônomos conseguiram enfrentar com mais firmeza as situações abusivas, fossem elas por parte de colegas de trabalho ou de superiores hierárquicos. Conclusão os adolescentes ingressantes no mundo do trabalho estão expostos a situações que ameaçam a saúde mental e se valem, sobretudo, do apoio social como estratégia de enfrentamento. Sugere-se a inclusão de temas de Saúde Mental e Trabalho, não só em organizações de educação para o trabalho, mas também no ensino médio regular, como contribuição ao preparo dos adolescentes e para que possam identificar e desenvolver estratégias de enfrentamento à violência psicológica.

Highlights

  • A violência psicológica refere-se ao uso intencional de poder em qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima, que prejudique o pleno desenvolvimento ou que vise controlar comportamentos, mediante constrangimento, humilhação, isolamento, vigilância constante, ridicularização ou qualquer outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica (BRASIL, 2006)

  • Objective: to identify and discuss work conditions reported by young workers which could be constituted as psychological violence at work

  • Conclusion: adolescents entering the labor market are exposed to work conditions that can be harmful to their mental health, and social support is mainly their coping strategy

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Summary

Procedimentos metodológicos

Buscar compreender as situações vividas e como são as relações interpessoais vivenciadas pelos adolescentes no ambiente de trabalho é tarefa que exige subsídios que privilegiem o diálogo como fonte de informação. Cada categoria abarcava questões abertas para que se pudessem sondar as vivências dos jovens no ambiente de trabalho. Além das atividades laborais, os jovens também frequentavam os programas de Estágio ou de Aprendizagem na ONG, onde tinham um acompanhamento mensal (estagiários) ou semanal (aprendizes), durante o tempo de contrato, de forma a complementar sua formação de trabalhador e discutir questões surgidas na vivência cotidiana do trabalho. Como critério de inclusão da pesquisa, foram convidados estudantes trabalhadores de ambos os sexos que faziam parte dos programas de Estágio ou de Aprendizagem há pelo menos seis meses, para que já tivessem algum tempo de contato com o ambiente profissional. Embora tenham sido entrevistados jovens originários de diferentes programas, Estágio e Aprendizagem, as vivências demonstraram ser muito semelhantes, motivo pelo qual foram realizadas a análise e a discussão conjunta dos dados. Os jovens menores de 18 anos de idade foram orientados a entregar o documento para os pais ou responsável legal para que autorizassem sua participação no estudo

Relacionamentos interpessoais no trabalho
Enfrentando a violência psicológica no trabalho
Considerações finais
Contribuições de autoria
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