Abstract

O presente estudo visa compreender como se processava o financiamento da universidade medieval portuguesa durante o século XIV, dando a conhecer a conflitualidade crescente entre o studium e a Igreja – conflitualidade essa relacionada com a alocação de rendas oriundas de diversos benefícios eclesiásticos, e que constituíam a principal fonte de sustento da universidade, desde a sua fundação nos últimos anos da centúria anterior. Além disso, procuraremos também analisar o impacto que as sucessivas deslocalizações do estudo geral entre as cidades de Lisboa e Coimbra tiveram na universidade medieval, com as consequentes alterações das igrejas designadas pela Coroa para o sustento dos lentes, mestres e do próprio studium, criando um foco de instabilidade e até de conflito na relação entre estas duas instituições de natureza eclesiástica – Igreja e universidade.

Highlights

  • This paper aims to understand the funding of the Portuguese medieval university during the fourteenth century, revealing the growing conflict between studium and church, related with the allocation of revenues from several ecclesiastical benefices – which had been the main source of university funding since the foundation of the Portuguese studium gene­ rale, in the last years of the twelfth century

  • A Universidade medieval portuguesa, constituindo uma das últimas fundações universitárias do século XIII, enquadra-se tipologicamente na segunda vaga de estudos gerais, fundados por vontade expressa de um poder político

  • “Lisboa, a cidade e o estudo: a Universidade de Lisboa no primeiro século da sua existência”, in FERNANDES, Hermenegildo (dir.), A Universidade Medieval em Lisboa (séculos XIII-XVI)

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Summary

Introdução

A Universidade medieval portuguesa, constituindo uma das últimas fundações universitárias do século XIII, enquadra-se tipologicamente na segunda vaga de estudos gerais, fundados por vontade expressa de um poder político (as chamadas fundações e priuilegio, lideradas por reis, pelo imperador ou pelo papa). Ao longo dos séculos seguintes, como nos recorda Armando Martins, “as rendas das igrejas serão sempre o esteio principal de financiamento da universidade na Idade Média em Portugal” (Martins 2013: 43). Embora neste contexto tenhamos considerado pertinente estabelecer um estudo comparado entre a universidade portuguesa e outros estudos gerais da Cristandade medieval, tendo em vista perceber, por um lado, modelos comuns de financiamento e, por outro, de que forma se repercutiram os efeitos da grande crise do século XIV na vivência das instituições universitárias da época, tomámos a decisão de explorar apenas o modelo português, deixando a abordagem comparativa para um momento ulterior

Fontes e conspecto historiográfico
A primeira deslocalização para Coimbra e a génese do conflito
O regresso a Lisboa e o agravamento das tensões entre Igreja e studium
As deslocalizações da segunda metade do século XIV
Considerações finais

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