Abstract

A doutrina de Marx pode ser entendida como uma sobreposição de quatro camadas de pensamento. 1) Um interessante, embrionário, materialismo prático, secularizado, moderno, que demanda recuperação e desenvolvimento em nossos dias em diálogo com aquisições da filosofia prática contemporânea. 2) Um materialismo histórico, lamentavelmente esquemático, dualista, determinista, cripto-normativo, com todo jeito de filosofia idealista da história, do qual sua crítica do capitalismo, luta de classes etc., é o capitulo decisivo - um materialismo que poderia ter sido uma melhor conversão de Hegel para fora do idealismo e da metafísica. 3) Um humanismo especulativo, do ser-genérico, que assume a critica feuerbachiana do cristianismo como seu pressuposto/fundamento, junto como o próprio cristianismo (especulativa, feuerbachianamente traduzido), e que toma como medida e telos a plena reunificação da sociedade como verdadeiro corpo político. Esse humanismo, para desespero dos que percebem sua debilidade, v.g. Althusser, nunca é abandonado por Marx nem pelos marxistas tradicionais, embora seja desenvolvido por Marx, na crítica da economia politica, como “determinação pelo nível essencial”, efetivamente social, mascarada, por trás de uma “aparência real” onde toda liberdade e particularidade é ilusão. Aqui nos ocuparemos principalmente do ponto três.

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