Abstract

Resumo Este trabalho analisa a trajetória de uma política pública municipal de saúde que organizou e sustentou uma rede complexa e intersetorial de cuidados a pessoas em situação de violência sexual no município de Campinas - SP. A partir da perspectiva de que, para cuidar das pessoas que sofreram violência sexual, faz-se necessário utilizar os diversos serviços públicos existentes, a rede foi articulada envolvendo vários segmentos, como saúde, segurança pública, educação, assistência social, sociedade civil organizada e universidades. O texto apresenta e discute os diferentes momentos desse processo durante o período de 2001 a 2014, desde a inclusão do tema de cuidado às pessoas que sofreram violência na agenda governamental local até as ações de disseminação da política para outros municípios. Busca-se analisar as estratégias-chave que garantiram a conectividade da rede e a sustentabilidade ao longo do tempo, bem como demonstrar a potencialidade do local na elaboração e desenvolvimento de politicas de saúde.

Highlights

  • No Brasil, a partir da Constituição de 1988 e especialmente – mas não exclusivamente –no contexto social, tem havido muitas discussões sobre a importância da continuidade de arranjos interorganizacionais

  • This paper discusses the trajectory of a municipal public health policy that organized and sustained a complex and intersectorial network of support for victims of sexual violence in the city of Campinas

  • This paper presents and discusses some of the key moments of the program during 2001-2014, from the inclusion of the issue on the local government agenda to the transference to other municipalities

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Summary

Os percursos iniciais

O Iluminar Campinas é uma ação pública de âmbito municipal que organiza uma rede intersetorial e interinstitucional de serviços de saúde, educação, assistência social, jurídica e de cidadania para cuidar das pessoas que sofreram violência sexual. O Ministério assume que as pessoas que sofreram violência sexual necessitam de cuidados específicos em saúde, independente das questões jurídicas/ policiais (Pedrosa, 2010). Um outro aspecto apontado por profissionais de saúde como fundamental para efetuar o cuidado às pessoas que sofreram violência sexual foi o fato do Ministério da Saúde ter publicado o protocolo de atendimento específico para essa população. Fica evidente que Verônica Alencar, médica da Secretária Municipal de Saúde de Campinas à época, já tinha um papel ativo na defesa dos direitos dessas vítimas, podendo ser considerada – na linguagem analítica de Kingdon (1997) – uma empreendedora da temática (policy entrepreneur), na medida em que ajudou a articular essa questão como um problema relevante a ser endereçado pelo poder público municipal. Naquele momento, era apenas um programa, ainda não havia sido institucionalizado de modo a tornar-se uma política pública consolidada, de apoio pluripartidário e parte da vida cotidiana institucional

As práticas de articulação da rede e notificação de casos
As ações de capacitação continuada
As visitas técnicas
Uma breve leitura dos efeitos do Iluminar
Anos e mais
Considerações finais
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