Abstract

Este artigo consiste, fundamentalmente, em uma análise do pensamento de Max Weber, de maneira a buscar uma possível contribuição ao campo da educação na atualidade. Ao expor sua compreensão sobre o processo de racionalização, tendo na burocracia uma de suas manifestações mais contundentes, Weber compreende as ações humanas como constituídas de uma tensão permanente. Não haveria no mundo um sentido, com validade universal, que orientasse a existência. Neste aspecto, a educação precisa adquirir um outro significado, isto é, uma educação que faça o clinamen surgir e ressurgir, introduzindo no mecanismo determinista o espaço de libertação, que consiste em romper o determinismo inerente a qualquer situação objetiva e, de forma desviante, abrir espaço para o exercício da autonomia. Se ao professor cumpre fornecer alguma esperança para a vida de seus alunos, esta deve ser estabelecida a partir do reconhecimento do caráter agonístico da existência. Agir assim é garantir a integridade e a liberdade intelectual.

Highlights

  • Este artigo consiste, fundamentalmente, em uma análise do pensamento de Max Weber, de maneira a buscar uma possível contribuição ao campo da educação na atualidade

  • Tentemos imaginar como, geralmente, é o cotidiano de uma sala de aula: os alunos sentam-se enfileirados, vestidos uniformemente, obrigados a se comportarem também uniformemente – com uma postura ereta, silenciosos e atentos aos ensinamentos, proporcionando condições para absorverem os conhecimentos de outra pessoa, o professor, que se julga detentor do conhecimento, pelo menos da área previamente proposta pela instituição

  • This article consists, essentially, of an analysis of Max Weber’s thinking, in order to seek a possible contribution in the field of education on present

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Summary

Introdução

É possível formular uma concepção pedagógica weberiana? É o que pretendemos responder. É preciso que o professor adote uma ética não partidária na sala de aula, ou seja, é necessário que o professor, ao apresentar um conteúdo, não exponha a sua opinião sobre este e, se o fizer, tenha a honestidade de dizer que o está fazendo. É de extrema importância que o professor mantenha uma posição “neutra” para que, não só na sala de aula mas também fora dela, o aluno possa refletir e questionar sobre o que observa, experimenta e decide. Muitos professores não adotam esta maneira de ensinar e, sim, uma postura muitas vezes ditatorial, passando como um rolo compressor pelas diferenças dos alunos, impondo seu ponto de vista sobre assuntos que deveriam ser discutidos em sala de aula, mas que, na verdade, são. É possível deduzir de sua diagnose uma prognose, ou seja, o mesmo mundo que domina gera as condições para o surgimento das figuras chamadas por Jessé Souza (1997, p. 112, grifo do autor) de “especialista com espírito e do homem do prazer com coração”

A sociologia weberiana e a modernidade: questões para se pensar a educação
Ensinar não é doutrinar: os limites do professor e a liberdade acadêmica
Considerações finais
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