Abstract

Periódico de grande sucesso de público e vendagem, a Revista Feminina (1915-1936), fun-dada por Virgilina de Souza Salles, figura proeminente da elite paulistana, tinha por objetivo orientar as leitoras sobre questões domésticas e conscientizá-las em relação às causas femininas (direito ao voto, trabalho fora do lar) em um momento de grande expansão do movimento feminista. Entre as seções de temas variados que caracterizam a Revista Feminina, cabe destacar aquela assinada por Marinette e que atendia pelo título “A Moda”, espaço acompanhado de ilustrações (desenhos, fotografias), voltado à informação acerca da moda proveniente de Paris, disponível nas grandes lojas de departamento de São Paulo, como La Saison e Mappin Stores. Deflagrada a Primeira Guerra Mundial, os impactos do conflito repercutiram de maneira significativa no território da moda, quer no desaparecimento das linhas flui-das e das saias justas da época eduardina, quer no papel da mulher na sociedade, que assumia o lugar dos homens em fábricas de munição, escritórios e lojas. Reflexos das mudanças na moda, decorrentes da guerra, se fizeram sentir na seção “A Moda”, da Revista Feminina, na qual Marinette, além de comen-tá-las, informava as leitoras sobre as razões de tais mudanças. O objetivo do artigo é analisar a referida seção da Revista Feminina e propor uma reflexão de ordem social e cultural quanto ao posicionamento da revista paulistana, por intermédio da cronista Marinette, a respeito das transformações na indústria da moda durante os anos da Primeira Guerra, e suas ressonâncias no comportamento das mulheres.

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