Abstract

Este artigo empreende, em perspectiva microinteracional, uma análise de narrativas (BASTOS; BIAR, 2015) produzidas por manifestantes das chamadas jornadas de junho de 2013. Focalizam-se especificamente os desenvolvimentos de tais manifestações no estado do Rio de Janeiro. A pesquisa é de natureza qualitativa e interpretativista (DENZIN; LINCOLN, 2000), com uma dimensão autoetnográfica (REED-DANAHAY, 2001). Os dados foram gerados em entrevistas abertas com manifestantes presentes em ocupações que marcaram o período. Os resultados identificam a proeminência e a centralidade dos episódios de repressão policial nas narrativas sobre os protestos, permitindo a interpretação de que esses episódios: i) foram frequentemente compreendidos pelos manifestantes como “choque moral” (JASPER, 1997) que deu sentido e coesão às manifestações; e ii) tiveram papel importante na construção positiva de si elaborada pelos manifestantes (GOFFMAN, 1955), a partir principalmente da estratégia de distribuição de identidades polares (WOODWARD, 2000) para manifestantes e policiais.

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