Abstract

Este estudo se baseia em pesquisa bibliográfica e análise das obras Soledad no Recife, romance de Urariano Mota, e Ausênc’as, ensaio fotográfico de Gustavo Germano. A hipótese é a de que a redundância pode ser uma categoria viável para a análise de produções artísticas, particularmente as de cunho testemunhal. Para tanto propomos mostrar como a redundância opera nessas produções não apenas como recurso de linguagem, mas, sobretudo, como artifício criativo. Ao considerar a redundância como conceito-chave a análise desenvolvida pauta-se em três aspectos fundamentais: primeiro, essas produções se constroem sobre a base da noção de hiato, condição que perpassa todas as dimensões constituidoras dos materiais analisados no corpus; segundo, as funções da redundância no interior do texto testemunhal ou de teor testemunhal; terceiro, a ideia de que a memória da insurgência, mesmo depois do perecimento físico do insurgente, prevalece como possibilidade de questionamento da violência de Estado, bem como os usos éticos e políticos dessa memória.

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