Abstract
Resumo: A pulsão pode ser entendida como articulação de uma pressão contínua a uma forma descontínua (representante-representativo), paradoxo que constitui um impossível da representação. Três versões deste impossível são explorados: 1) o mistério cristão da Encarnação e a narrativa da Anunciação podem ser interpretados como invenções culturais visando dar conta da interseção originária Real/Simbólico; 2) os pintores do Renascimento buscaram lidar com este irrepresentável no seio da representação graças à invenção de figurae, "pan de tableau" fora do sistema representativo; 3) estes efeitos de "pan" como dissolução da forma podem ser encontrados na transferência, porém com funções diferentes conforme apareçam no início ou no fim da análise.
Highlights
The drive can be understood as the articulation of a continuous pressure
the narrative of the Annunciation can be interpreted as cultural inventions
which attempt to account for the originating intersection
Summary
Frédéric Vinot Universidade Sophia Antipolis, Faculdade de Letras, Artes e Ciências Humanas, Departamento de Psicologia, Nice, França. RESUMO: A pulsão pode ser entendida como articulação de uma pressão contínua a uma forma descontínua (representante-representativo), paradoxo que constitui um impossível da representação. Três versões deste impossível são explorados: 1) o mistério cristão da Encarnação e a narrativa da Anunciação podem ser interpretados como invenções culturais visando dar conta da interseção originária Real/Simbólico; 2) os pintores do Renascimento buscaram lidar com este irrepresentável no seio da representação graças à invenção de figurae, “pan de tableau” fora do sistema representativo; 3) estes efeitos de “pan” como dissolução da forma podem ser encontrados na transferência, porém com funções diferentes conforme apareçam no início ou no fim da análise. Palavras-chave: Pulsão, objeto a, transferência, teologia, pintura
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