Abstract

RESUMO: Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso (AD) de linha francesa, este artigo assume a concepção foucaultiana de história, como um conjunto descontínuo de temporalidades, e recupera os fios discursivos de um acontecimento singular no contexto brasileiro de 2010 — a indicação de Dilma Rousseff como candidata pelo Partido dos Trabalhadores (PT), para sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Tomando o emaranhado de fatos e eventos que compuseram as condições de possibilidade da corrida presidencial do período e problematizando as relações de força que delineiam na contemporaneidade um discurso político-midiático, o presente trabalho busca analisar as regularidades/dispersões que orientam a discursivização de Dilma e Lula em um arquivo formado pelas 208 edições dos semanários CartaCapital, Época, IstoÉ e Veja, que foram publicados no ano eleitoral. Os resultados mostram a produção de um efeito discursivo de copresença Lula-Dilma, o qual, em três das mídias analisadas, explicita uma desqualificação da imagem da petista, como produto criado com fins eleitorais. Enquanto dispersão, na CartaCapital, o efeito discursivo destaca a parceria dos dois sujeitos como essencial à continuidade da política empreendida pelo partido.

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