Abstract

Nos estudos sobre redes interorganizacionais, existem esforços focados em entender a formação de redes, assunto esse que gera interesse dos formuladores de políticas públicas já que se busca no associativismo promovido pelo Estado e pelas iniciativas privadas, substância para impulsionar o desenvolvimento local. Diante disso, o objetivo do estudo foi verificar, por meio da formalização do Arranjo Produtivo Local (APL) de calçados de Birigüi (SP), se a presença desses agentes é essencial para a formação da rede interorganizacional. Como sustentações teóricas foram abordadas: a evolução temporal das redes; a Teoria Institucional aplicada às redes interorganizacionais; o capital social presente nos laços de relacionamento; a presença de agentes intermediários como coordenadores na governança das redes. A estratégia de pesquisa adotada baseou-se em entrevistas com 32% dos gestores das empresas que participavam formalmente do APL e com uma gestora do agente intermediador, além de observação e análises de pesquisas prévias sobre a industrialização de Birigüi. Como resultados verificou-se haver um legado regional que sustenta uma base de know-how para a industrialização de calçados. No entanto, percebeu-se que os interesses dos participantes do APL eram predominantemente comerciais, sem haver um nível de capital social e de institucionalização desenvolvidos a ponto de se criarem, de forma legítima, associações provenientes de vontades das próprias organizações. Sem esse ambiente institucional fortemente construído na região, não se verificou um racional claro para o associativismo, havendo a percepção de que os ganhos oriundos da participação na rede são futuros. Concluiu-se que a coordenação realizada por um agente intermediador tem poder de articulação limitado na formação de redes interorganizacionais se não existir uma institucionalização prévia que envolva, principalmente, valores e normas de capital social. Sem esses pré-requisitos, o agente intermediador pode acabar por ter funções de governança para ações assessórias da rede.

Highlights

  • Por mais que alguns estudos pontuais sobre os ganhos provenientes de relações interorganizacionais existissem no início do século XX (e.g. MARSHALL, 1920), somente a partir do final da Segunda Guerra Mundial os estudos sobre as vantagens das relações externas passaram a ganhar uma linha de pesquisa estruturada com embasamento sociológico na academia

  • Academicamente, o interesse reside na compreensão de variáveis fundamentais e de grande influência para a formação de redes interorganizacionais, que ainda não ganharam uma linha de pensamento homogênea e amplamente aceita entre os estudiosos

  • Paralelamente à necessidade de se compreender o papel desses agentes intermediadores, os cientistas sociais comumente não estão preocupados em entender como indivíduos ou agentes desenvolvem e administram a estrutura da rede, mas sim em questões de formas e padrões sociais das relações (LOWRIE e McKNIGHT, 2004)

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Summary

Julio Araujo Carneiro da Cunha João Luiz Passador

Como resultados verificou-se haver um legado regional que sustenta uma base de know-how para a industrialização de calçados. Percebeu-se que os interesses dos participantes do APL eram predominantemente comerciais, sem haver um nível de capital social e de institucionalização desenvolvidos a ponto de se criarem, de forma legítima, associações provenientes de vontades das próprias organizações. Sem esse ambiente institucional fortemente construído na região, não se verificou um racional claro para o associativismo, havendo a percepção de que os ganhos oriundos da participação na rede são futuros. Concluiu-se que a coordenação realizada por um agente intermediador tem poder de articulação limitado na formação de redes interorganizacionais se não existir uma institucionalização prévia que envolva, principalmente, valores e normas de capital social. Sem esses pré-requisitos, o agente intermediador pode acabar por ter funções de governança para ações assessórias da rede.

Introdução e contextualização do problema de pesquisa
Processos formais Negociação Transação Gestão
Teoria Institucional na formação das redes interorganizacionais
Procedimentos e escolhas metodológicas
Estrutura geral para análise de redes interorganizacionais
Protocolo de pesquisa
Expectativas de ganhos com a participação no APL
As expectativas dos participantes do APL de Birigüi
Discussões finais
Findings
Limitações e recomendações para estudos futuros
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