Abstract

Observamos, ainda hoje, que o ensino de língua materna nos colégios continua seguindo, por diversas vezes, apenas o prescrito pela tradição gramatical, sem levar em consideração uma reflexão linguística sobre os usos dos falantes. Diante dessa questão, fica perceptível a lacuna existente entre o produzido no ambiente de pesquisas científicas e o que efetivamente chega às escolas. Considerando esse fato, o presente trabalho discute a relação entre os eixos tradição gramatical (BECHARA, 2009; CUNHA; CINTRA, 2008), pesquisa linguística (SANTOS, 2008; SANTOS e SOARES DA SILVA, 2012) e ensino (BASSO; OLIVEIRA, 2012; FRANCHI, 2013), com enfoque na ordem do sujeito -- SV/VS --, em alguns contextos, e verbos transitivos, intransitivos e inacusativos. Nesta primeira etapa, partindo do que postula a tradição e retomando este conteúdo à luz das pesquisas , apresentamos alguns fatores para a motivação da ordem SV/VS e a diferença entre as transitividades verbais, ressaltando a distinção entre os verbos monoargumentais intransitivos e inacusativos. Após esse ponto, nosso olhar se voltou para um livro didático, um dos maiores suportes pedagógicos do docente, a obra Português: contexto, interlocução e sentido (ABAURRE; PONTARA; ABAURRE, 2013), muito usada nas escolas públicas do Rio de Janeiro, a fim de observarmos como esses fenômenos são contemplados nesse material didático. Em nossa análise, notamos que a obra segue apenas o proposto pela gramática tradicional, sem abordar uma reflexão sobre a ordem do sujeito, nem sobre a transitividade verbal. Com base nesse ponto, julgamos válido propor sugestões de exercícios (comentados), sobre esses tópicos já apresentados acima, focalizando gêneros orais e escritos, destinados ao segundo ano do ensino médio, tendo como base o Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro (2012).

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