Abstract

O final da década de 1980 no Brasil é marcado por um período pré-democrático repleto de diversos conflitos sociais e greves de trabalhadores, temática que reverberou no cinema e no audiovisual. É necessário compreender determinadas produções desse período, como o filme Eles Não Usam BlackTie (1981), de Leon Hirszman, principalmente na relação que os personagens podem vir a estabelecer com os espectadores. O objetivo deste artigo é refletir de que forma o conflito real vivenciado pela classe trabalhadora naquela época se traspôs para os personagens no filme de Hirszman e, para isso, utiliza-se como referência as reflexões de José Carlos Avellar a partir do livro Pai país, mãe pátria. Para essa discussão, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, cujas fontes foram trabalhos científicos publicados em revistas nacionais. Na análise do filme, é possível observar que os personagens representam, de alguma maneira, questões sociopolíticas dos operários na confusa reorganização social pré-democrática brasileira em um processo de personificação do conflito, que transforma o conflito concreto em características e traços de personagens e relações entre eles. Portanto, destacase a importância de expandir os estudos sobre filmes brasileiros e a personificação de conflitos em tramas audiovisuais.

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.