Abstract
Apesar de validar o cogito no ato da enunciação, o interesse que Lacan nele deposita se distancia da autoverificabilidade existencial da proposição "eu existo", tal como defendida por Jaako Hintikka. Embora ambos os autores assumam a necessidade de remeter o ato da representação a algo além do nível da representação (a qualificação performativa do cogito), se, para o primeiro, a força do argumento cartesiano concentra-se na proposição "eu existo", na medida que saberíamos a quem este "eu" encontrar-se-ia referido, para o psicanalista, essa é justamente a proposição ameaçada de invalidação e, tal saber, aquele que deve ser questionado.
Highlights
Oproblema da passagem do “eu penso” ao “eu existo”, sobre o qual se fundamenta toda a estrutura do cogito — e, consequentemente, toda a estrutura da filosofia cartesiana — tem seus impasses explorados desde o momento mesmo de sua enunciação original
Although Lacan validates the cogito in the act of enunciation
both of them assume the need of referring the act of representation
Summary
Oproblema da passagem do “eu penso” ao “eu existo”, sobre o qual se fundamenta toda a estrutura do cogito — e, consequentemente, toda a estrutura da filosofia cartesiana — tem seus impasses explorados desde o momento mesmo de sua enunciação original. Ao tomar da linguística estrutural elementos para a construção de um novo conceito de significante, mantendo, ao mesmo tempo, a absolutamente necessária valorização da dimensão fenomenológica da fala, o inconsciente proposto por Lacan pode começar a ser analisado a partir de um ponto que, tomado exclusivamente neste nível, revela ser exatamente o mesmo —, qual seja, a junção de um ato com uma representação.
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