Abstract
O objetivo do artigo é analisar a parceria sino-russa atual, a partir das teorias geopolítica e de balança de poder. Argumenta-se que a força motriz desta aproximação na segunda década do século XXI se dá no sentido de diminuir a influência de potências extrarregionais sobre a Eurásia – sobretudo dos EUA, devido ao seu poder e presença oriundos do final da Guerra Fria – que representam uma ameaça estratégica comum aos interesses russo e chinês. Esse aspecto pode ser identificado nas diferentes frentes de cooperação sino-russa que possuem um caráter estratégico. Na impossibilidade de detalhar cada aspecto da parceria em um só artigo, esse trabalho dará luz à cooperação energética, à cooperação na Ásia Central e à integração eurasiática com liderança sino-russa.
Highlights
The objective of this article is to analyze the current Sino-Russian partnership, focused on geopolitical and balance of power theories
The main argument is that the driving force of the reapproachment
in the second decade of the 21st Century is to reduce the influence of extra-regional powers over Eurasia
Summary
A cooperação entre esses países vai muito além da complementariedade. De acordo com a tradição da visão “Tianxia” (holística) chinesa, o projeto responde a um só tempo aos desafios internos, levando desenvolvimento e estabilidade ao oeste chinês e geopolíticos, a partir das suas características de potência híbrida, com amplos investimentos em infraestrutura por terra, portos e mar, conforme o mapa da figura 2, utilizando-se da geoeconomia para melhorar sua influência regional e global, e reduzir suas vulnerabilidades. É importante notar que essas iniciativas estão no âmbito de uma visão estratégica mais ampla sobre a questão energética e a geopolítica dos dutos na Eurásia, assim como do poder financeiro auferido pelos EUA como emissor da moeda internacional e centro controlador de fluxos financeiros internacionais. O processo de integração eurasiática tem sido construído sob liderança sino-russa e é resultado do aprofundamento desta parceria, devido à visão comum da balança de poder internacional e da centralidade da Eurásia
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