Abstract
O propósito maior deste artigo consiste em alojar a clássica arte trágica dos gregos em uma condição existencial fundamental diante do seu horizonte metafísico futuro. Os vetores a serem explorados para tanto repousam nos elementos da liberdade humana e da vontade divina inseridos em uma relação conflitual. Tensão essa que será fomentada, de um lado, pela recusa do divino em se deixar apreender em sua totalidade e, de outro lado, pelo caráter impositivo de que o mortal responda por suas ações mesmo quando o fundamento e a resultante das mesmas excedam sua constituição essencialmente precária.
Highlights
The main purpose of this article is to insert the classic tragic art of the Greeks in a fundamental existential condition before their future metaphysical horizon
The vectors to be explored for this aim rest on the elements of human freedom and divine will inserted in a conflictual relationship
This tension will be fostered, on the one hand, by the divine’s refusal to let himself be apprehended in its totality and, on the other hand, by the impositive character that the mortal is responsible for his actions even when the foundation and the resultant of them exceed its essentially precarious constitution
Summary
Tentaremos apontar aqui em que medida a dimensão originariamente trágica deve ser radicada no fundo de uma tensão que é essencialmente determinante para o desenvolvimento histórico do espírito humano em sua dinâmica de transcendência: a relação conflitual entre liberdade e determinismo[1]. Evidentemente, não é nossa pretensão entrar nos meandros dessa questão em seus desdobramentos através de um apanhado histórico das ideias ocidentais, mas apenas apresentar em traços gerais como esta tensão que se desenvolveu ao longo da história foi encetada de maneira essencial e determinante através da tragédia grega clássica. Presença, na cena trágica, de um questionamento incisivo sobre em que medida o homem é fonte de suas próprias ações”[2]. Através da tragédia antiga, o seguinte questionamento acerca deste mesmo homem: “No momento em que ele pensa estar deliberando sobre sua ação, ela não teria sua verdadeira origem em algo que não é ele mesmo? Através da tragédia antiga, o seguinte questionamento acerca deste mesmo homem: “No momento em que ele pensa estar deliberando sobre sua ação, ela não teria sua verdadeira origem em algo que não é ele mesmo? Não seria ele agido por forças que o ultrapassam?”3
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