Abstract

Este artigo apresenta o modo de ser do homem como "existência", tal como elaborado por Heidegger em "Ser e Tempo", como uma das contribuições mais fundamentais da fenomenologia para a psicologia clínica. A noção de "existência", também relacionada às de "ser-aí "(Dasein) e "ser-no-mundo", é compreendida como abertura originária ao ser dos entes, como pré-compreensão do ser enquanto tal, vinculada à condição de "estar-lançada "em uma facticidade temporal. Entende-se que a noção heideggeriana de "existência "demarca uma atitude clínica nitidamente diferenciada e oferece novas possibilidades de tematização dos fenômenos psicológicos e da prática clínica. As práticas psicológicas clínicas de perspectiva fenomenológica existencial, ao tomarem a experiência de si e do outro como "ser-no-mundo-com", apresentam-se como espaços de cuidado/desvelamento dessas possibilidades de "ser-com "e não de um sujeito intrapsíquico.

Highlights

  • This essay presents man’s way of being as “existence”, as formulated by Martin Heidegger in Being and Time, as one of the most fundamental contributions of Phenomenology to Clinical Psychology

  • A diferença entre o modo de ser do sujeito e o das coisas restringe-se, a partir de uma ontologia cartesiana, em ter ou não uma natureza extensa, mas, para aquém dessa diferença, ambos são ainda simplesmente dados dentro do mundo

  • Recebido em: 18/9/2009 Versão final reapresentada em: 12/11/2010 Aprovado em: 6/12/2010

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Summary

The phenomenological notion of existence and psychological clinical practices

Este artigo apresenta o modo de ser do homem como “existência”, tal como elaborado por Heidegger em “Ser e Tempo”, como uma das contribuições mais fundamentais da fenomenologia para a psicologia clínica. A noção de “existência”, também relacionada às de “ser-aí” (Dasein) e “ser-no-mundo”, é compreendida como abertura originária ao ser dos entes, como pré-compreensão do ser enquanto tal, vinculada à condição de “estar-lançada” em uma facticidade temporal. Entende-se que a noção heideggeriana de“existência”demarca uma atitude clínica nitidamente diferenciada e oferece novas possibilidades de tematização dos fenômenos psicológicos e da prática clínica. As práticas psicológicas clínicas de perspectiva fenomenológica existencial, ao tomarem a experiência de si e do outro como “ser-no-mundo-com”, apresentam-se como espaços de cuidado/desvelamento dessas possibilidades de “ser-com” e não de um sujeito intrapsíquico.

EXISTÊNCIA E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS CLÍNICAS
Práticas psicológicas clínicas
Considerações Finais

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