Abstract

Resumo: Neste artigo objetivamos analisar como a classe e a raça constituem diferentes itinerários abortivos para mulheres jovens de uma região metropolitana do Brasil. Foram entrevistadas oito jovens com idades entre 19 e 28 anos, sendo quatro de classes populares e cinco de classes médias, três brancas e cinco negras. Como resultados, encontramos diferenças de classe e raça nos itinerários. As jovens brancas e de classes médias apresentam percursos mais curtos, conseguem dispor de uma rede de informações um pouco mais consistente e relatam um processo decisório mais conflitivo. As jovens negras e de classes populares narram itinerários mais longos, dispõem de uma rede de apoio mais precária e seus processos decisórios são mais imediatos.

Highlights

  • “My Life Can Not Stop”: Abortive Itineraries for Young Women Abstract: This article deals with the results of research conducted between 2012 and 2014, whose objective was to analyze how the class and the race constitute different itineraries for young women of a Metropolitan Region of Brazil

  • We find differences of class and race in the itineraries

  • Tais relatos explicitavam como a classe e a raça eram categorias contundentes nos seus itinerários abortivos, revelando inúmeros contextos de desigualdades em que as mulheres estão inseridas

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Summary

Percurso metodológico e as interlocutoras da pesquisa

A pesquisa foi realizada a partir de uma perspectiva feminista, que busca criar uma escuta afetiva das vozes de resistência das mulheres. Os relatos foram organizados em categorias temáticas inspiradas na análise de conteúdo (Laurence BARDIN, 2006): família e contracepção; desconfiança e confirmação da gravidez; decisão pelo aborto, composta pela relação com o parceiro, a motivação e contexto da decisão; o momento pós-decisão, composto por métodos utilizados, redes de apoio, o dia da interrupção, e a experiência na unidade de saúde; medos e privilégios; e o aborto como crivo na vida das mulheres. Nas reflexões que se seguem, discutiremos o processo de tomada de decisão pelo aborto a partir da relação com o parceiro e dos motivos elencados pelas mulheres, analisando de que forma operam as categorias de classe e raça na diferenciação dos contextos encontrados no trabalho de campo. As jovens iniciam suas buscas pelos métodos para realizar o aborto, acionando redes de apoio e negociando moralidades. Dividimos a tomada de decisão das jovens em duas categorias: a relação com o parceiro e os motivos relatados

Relação com o parceiro
Métodos utilizados
Quem recorre à unidade de saúde?
Considerações finais
CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA
APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
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