Abstract

Parte-se do pressuposto que os processos de enunciação não se estabelecem apenas no âmbito dos dispositivos e seus agentes, como sugeriram, na literatura e no jornalismo, respectivamente, Genette (1988) e Motta (2013). É possível identificá-los também a partir das operações do sistema midiático, que é formado pelos dispositivos jornalísticos (sites, redes sociais, jornais, revistas etc.), quando em rede. Nesta perspectiva, o sistema é detentor de uma voz narrativa; torna-se, assim, um “quarto narrador”, de natureza multifacetada e plurivocal. Por se tratar de um objeto em movimento, que requer, no diálogo com Bergson (2005) e Marcondes Filho (2010), abordagem metodológica adequada, será identificado por meio da análise das marcas enunciativas que produz em seus movimentos. A reflexão será ilustrada por meio da análise de como se deu a repercussão midiática da narrativa literária Game of Thrones – A Guerra dos Tronos, de George Martin. A hipótese é que o quarto narrador, por realizar operações de natureza sistêmica, nos moldes de Luhmann (2009), não apenas reduz a complexidade de seus enunciados como transforma e é transformado nesta operação, reconfigurando toda uma ecologia midiática.

Highlights

  • A matéria publicada nesse periódico é licenciada sob forma de uma Licença Creative Commons – Atribuição 4.0 Internacional http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

  • This is on the assumption that the enunciation processes do not settle

  • You can also identify them from the media system operations

Read more

Summary

Relações sistêmicas

Move-nos a percepção que a emissão de vozes narrativas não ocorre apenas nos dispositivos e suas relações mais imediatas: são perceptíveis, também, no sistema em que estes dispositivos se inserem. A constatação parte da visada original de Genette (1988) e Motta (2013), na literatura e no jornalismo, para quem as ofertas de sentido se dão (SOSTER, 2014, 2015) a) no âmbito do dispositivo e b) entre três extratos: primeiro, segundo e terceiro narradores, conforme veremos mais adiante. Primeiro narrador – Reconhecê-lo como tal implica observar que os relatos que nos chegam pela televisão, rádios, sites, jornais e revistas impressos, no que eles têm de jornalísticos, para ficarmos em alguns exemplos, são enunciados dos dispositivos a que se referem (a manchete do jornal, por exemplo), evidentemente, mas, também, das organizações e instituições que viabilizam os mesmos. Também aqui a percepção de que as fontes são subordinadas deve ser relativizada, à medida em que elas podem ter ascendência tanto sobre o segundo narrador como o primeiro. Também aqui a percepção de que as fontes são subordinadas deve ser relativizada, à medida em que elas podem ter ascendência tanto sobre o segundo narrador como o primeiro. “(...) estes atores sociais passam muitas vezes a narrar como testemunhas, ganha status de personagens e voz ativa na história, transformando-se, em última instância, também em narradores” (MOTTA, 2013, p. 230)

Quarto narrador
A guerra dos tronos
Considerações interpretativas
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.