Abstract

O artigo propõe fundamentar a necessidade de a catarse se realizar com o professor, visto que, antes de se tornar docente, ocupa o espaço de discente na Universidade. A pesquisa não se refere à catarse como um único momento, pelo contrário, defende-a como processo que deve ser constante nos estudos, nas leituras e nas pesquisas que permeiam a formação docente durante os estudos de graduação e os demais processos de construção do conhecimento que fazem parte do aperfeiçoamento docente. A abordagem, fundamentada nos pressupostos teóricos da pedagogia histórico-crítica, sugere que a literatura, na formação docente, pode contribuir para promover o processo catártico, preparando o sujeito para a sistematização e para a mediação do conhecimento, bem como a sua humanização; reforça que o acesso à arte e à literatura é um direito de todos e não para poucos e defende uma utilização de métodos de análise da obra literária que não se restringem ao aspecto linguístico. Amparada nos textos de Newton Duarte, Antonio Candido e Demerval Saviani, a pesquisa sugere métodos que incluam uma abordagem sociológica, histórica, cultural, filosófica e artística, permitindo uma compreensão e apreensão da obra literária de caráter multidisciplinar e entrelaçando saberes de forma a eliminar a separação de conteúdos em “caixinhas”. Observa-se que docentes que não atravessam experiências catárticas durante os seus estudos formativos não dispõem de elementos para conduzir outros sujeitos pelas referidas experiências – os futuros alunos. Conclui-se que a formação docente sob essa perspectiva possibilita oferecer instrumentos para a transformação dos sujeitos envolvidos no processo educacional, preparando-os para implementar uma sociedade igualitária.

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