Abstract

Nos decênios de 1990, 2000 e 2010 o Brasil atraiu a atenção do circuito literário internacional. Em diversas ocasiões, o país foi convocado a participar de feiras e festivais literários como convidado de honra (Feira do Livro de Guadalajara, Salão do Livro de Paris, Feira do Livro de Bolonha, etc.). Contudo, as participações do Brasil na Feira do Livro de Frankfurt por duas vezes como convidado de honra (1994 – 2013) constituíram os momentos mais privilegiados de exposição do país na cena editorial mundial. Mesmo sendo uma arena eminentemente comercial, Frankfurt é muito mais que isso, tendo também importantes implicações simbólicas. Este artigo visa estabelecer uma comparação entre as listas de escritores oficialmente convidados pelo Ministério da Cultura nas duas edições da Feira em que o Brasil foi convidado de honra (em 1994 e 2013), também comparando as comissões organizadoras e os orçamentos de cada evento.

Highlights

  • In the decades of 1990, 2000 and 2010 Brazil attracted the attention of the international literary circuit

  • Contudo as participações do Brasil na Feira do Livro de Frankfurt por duas vezes como convidado de honra (1994 – 2013) constituíram os momentos mais privilegiados de exposição do país na cena mundial

  • A posição de homenageado representou grande oportunidade de visibilidade para os produtores de valor literário, por duas vezes puderam na feira de livros mais importante do globo (SORÁ, 1996, 2002, 2013; PARDO, 2011, 2015, 2016, 2018), mostrar suas obras e negociar seus capitais: simbólico, econômico, social e literário

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Summary

MARCELLO GIOVANNI POCAI STELLA I A literatura brasileira foi a Frankfurt

Tentarei olhar neste caso específico como se articulam as três dimensões, com maior ênfase na primeira e na segunda, no sentido que me detenho mais nas disputas em um contexto nacional e como elas se expressaram concretamente no mercado internacional do livro. O evento segundo Rouanet, em sua fala de abertura, teria como função levantar propostas de política cultural que não se esgotassem exclusivamente em prover de financiamento algumas áreas/esferas da cultura (etapa esta já cumprida do seu ponto de vista pela aprovação das leis de incentivo à cultura e ao cinema), mas, sim, sugerir políticas menos reativas e mais propositivas, sem cair em dirigismos culturais estatais Vejamos quem foram os convidados para o evento, seus cargos e instituições de filiação e o título de suas falas: diretor do Departamento Nacional do Livro e depois no final da década foi presidente da FUNARTE entre 1995 e 2002 (Fundação Nacional da Arte), ficando no período sem publicar muitas obras. Nos anos 1990 assume a presidência da Fundação Biblioteca Nacional (AFFONSO, 2019)

Sem título
Diplomata Wladimir Murtinho e José Carlos Barbosa de Oliveira
Ignácio de Loyola Brandão
Lei Rouanet
As Venturas e Desventuras de uma Política Cultural de Eventos
Antonio Alves Junior
Gabriel Bá
Fundo Nacional de
Marina Guzzo
Findings
Considerações Finais
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