Abstract

As novas tendências na investigação qualitativa clamam pela inclusão de práticas mais criativas, visuais, críticas, reflexivas, colaborativas e até mesmo multimodais. Repensar e validar a investigação qualitativa como uma prática mais integral é reviver o sentimento original de celebrar a investigação qualitativa desde a sua dimensão mais íntima: a humanidade. Porque fazemos investigação qualitativa? Essencialmente, fazemos investigação qualitativa para entender mais e melhor. Ao estarmos mais próximos da nossa humanidade e das experiências construtivistas que nos moldam dia após dia, forjamo-nos como investigadores qualitativos em busca constante do próprio significado dos fenómenos sociais relevantes para as nossas realidades. Humanos, ainda mais humanos. Parte desta realidade humana deve trazer consigo uma dose significativa de reflexão individual e coletiva, de proximidade com outras latitudes, de uma criticidade constante, de um questionamento sistemático sobre o quê, como e porquê fazemos investigação qualitativa. Devemos explorar mais as novas tendências para o futuro, para que sejam a conversa do presente. Esta conversa deve incluir o uso efetivo e ético das tecnologias de comunicação e informação, deve levantar questões sobre os nossos processos de recolha e análise de dados. Estamos a promover, nas nossas “personas” participantes, espaços livres, seguros, artísticos e simbólicos sobre as suas experiências e perceções? Será que devemos repensar a entrevista como o mecanismo oficial para a recolha de dados aprofundados? Pensamos noutras técnicas de recolha de dados onde as participantes sejam as verdadeiras protagonistas das suas realidades? Atrevemo-nos a repensar novas tendências que guiem as participantes a representar as suas realidades de uma forma mais orgânica? Como investigadores qualitativos, devemos abrir-nos a processos mais participativos a nível comunitário e regional; devemos abrir a porta à internacionalização. Devemos, por sua vez, internalizar práticas que conduzam a questionamentos reflexivos e críticos para desafiar os nossos próprios preconceitos. Será que o motor ético e de responsabilidade gira em torno da consciência que temos, tendo em conta o nosso posicionamento nos estudos de investigação qualitativa? Será que celebramos a mente aberta, abraçamos o distintivo e incorporamos a humildade como pilares fundamentais para aqueles que se atrevem a fazer investigação qualitativa? Humildes, ainda mais humildes

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