Abstract

O objetivo do artigo é a comparação d’Os Lusíadas (1572) de Luís Vaz de Camões e de ...Onde Vaz, Luís (1983) de Jaime Gralheiro, mostrando os processos do enxerto narrativo de um padrão epopeico no hipertexto dramático, obrado através de “um mosaico de citações”. Trata-se de uma transformação genérica muito produtiva estética e ideologicamente, com traços visíveis de paródia, disfarce, pastiche, transposição narrativa de mais de um texto só e de muitos escritores quinhentistas portugueses (inclusive Fernão Mendes Pinto, António Ferreira, Pedro de Andrade Caminha, Damião de Góis, Gil Vicente) vinculados a uma peça jocosa, tanto trágica como grotesca, concebida segundo a crítica social e de cariz ideológico Brechteano. O artigo apresenta uma mostra de múltiplas relações entre o hipotexto primário e os textos dele derivados, patenteando o fim do texto em causa em muitas obras e literatura portuguesa de vários autores de romances e peças de teatro. O heróico hipotexto vs. os hipertextos são desdobrados em refabulações dramáticas e novelescas pós-modernas (José Saramago inclusive!). Um outro estudo ainda do imaginário ao abrigo da revisitação de literatura portuguesa é possível em relação à história contemporânea e à existência humana, com as fronteiras espácio-temporais e géneros literários apagados na “lotaria intertextual” de Camões e seus avatares quanto aos autores ficcionais e protagonistas. Um diagnóstico do hic et nunc (agora mesmo!) está a ser produzido de um modo metodologicamente consistente segundo os clássicos, de intertextualidade focalizada na dramaturgia e escrita romanesca em Portugal no ocaso do milénio antecedente, com a revolução dos cravos no pano de fundo e o corolário da pós- -democracia acompanhando o processo analítico empreendido.

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