Abstract

Resumo Investigação sobre a imagem na arte verbal dos Maxakali ou Tikmû’ûn, índios que vivem em quatro territórios no estado de Minas Gerais, falam a língua Maxakali, do tronco linguístico Macro-Gê. Com base num dos aspectos centrais da espiritualidade Maxakali – a transformação post mortem do koxuk (palavra, alma) em yãmîy (canto, espírito) – e em manifestações artístico-midiáticas típicas de seus rituais, conectadas ao pano de fundo mitológico, reconhecemos no trato da imagem uma das potências responsáveis pela criação e preservação de suas formas poéticas.

Highlights

  • Inserido no contexto da narrativa, ele faz referência ao fato de, na história, o yãmîy do lobo-guará passar a viver na kuxex (a “casa dos cantos”), onde canta toda vez que é solicitado

  • Artigo recebido em 13/12/2017 e aprovado em 18/06/2018

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Summary

Hoix hax yaahi Hiya a a ah iih Hi ah iaaiiiih

O conteúdo cantado pelo yãmîy de Mõgmõka se resume a descrever uma cena específica da história: quando Mãtãnãg, que perseguia o rastro do espírito de seu marido, o vê com uma cobra enrolada ao pescoço atrás de uma árvore. A imagem na arte verbal Maxakali: aspectos de uma poética de pajelança e traduzido pelos Maxakali, na longa perambulação no encalço de seu marido, acaba por realizar uma visita à “aldeia dos yãmîyxop”, ou seja, a aldeia onde vivem os yãmîy no hãmnõgnõy, a “terra-limite” habitada pelos entes espirituais dos Tikmû’ûn: Quando ela estava chegando na aldeia dos yãmîyxop (dos espíritos), todas as yãmîyhex viram Mãtãnãg (o nome dela era esse) e reconheceram que ela foi para lá sem morrer. 171), por exemplo, o segundo e terceiro versos da tradução do canto acima – “de suas axilas saem faíscas” – buscam, pela aliteração sibilante em “s” (fonema que não existe na língua Maxakali), funcionar como uma onomatopéia para a sonoridade elétrica de raios e relâmpagos. Ele faz referência à passagem da narrativa, que fala do tempo em que “não tinha religião de morcego para cantar” (Idem, p. 50), em que um antepassado Maxakali, após ter suas bananas (tepta) comidas pelo mamífero voador, convida o yãmîy para viver na aldeia e ensinar seus cantos aos Tikmû’ûn

Ooo hiai ooo hiai
Ela agarra o homem e cai ao chão Enquanto o come
Yooooooo Haiiii
Hahi hahi hahi hahi
Ha hi ya huk huk

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